quarta-feira, 21 de março de 2012

Processamento auditivo central: Distraído pelo barulho.


Audição

Distraído pelo barulho

Desatenção e notas baixas na escola não são sinônimo de falta de inteligência. Às vezes o problema está na incapacidade de lidar com barulho, mas poucos médicos sabem disso.






por Fábio Peixoto





Por mais que estudasse, a paulista Glaudys Garcia não tirava notas maiores que 4. A mãe e os professores se esforçavam para lhe ensinar coisas simples, mas ela não prestava atenção em nada. Era insegura, distraída, tinha medo de falar ao telefone e não se concentrava nos livros. Acabou se isolando dos colegas. Depois de passar por vários médicos e psicólogos, sua mãe tentou um último recurso: levou-a a uma fonoaudióloga. Em três meses Glaudys estava curada. Hoje ela tem 13 anos e no seu último boletim não há nenhuma nota menor do que 6.
Pode parecer estranho, mas o problema era de audição. A menina, assim como outras centenas de milhares de crianças, sofria de desordem do processamento auditivo central, ou DPAC, um distúrbio reconhecido há apenas quatro anos que raramente é diagnosticado pelos médicos, mas pode estar afetando milhões de brasileiros. Em geral, a disfunção surge da falta de estímulos sonoros durante a infância. As estruturas do cérebro que interpretam e hierarquizam os sons se desenvolvem nos treze primeiros anos. Até essa idade, as notas musicais, as palavras e os barulhos vão lentamente nos ensinando a lidar com a audição. Justamente nessa fase, Glaudys pode ter tido problemas no ouvido que atrapalharam a entrada de sons. Acabou formando mal o seu sistema auditivo. Todos os inconvenientes pelos quais passou eram conseqüência disso.
Um dos principais sintomas da DPAC é a dificuldade em manter a concentração num ambiente ruidoso. “Quem sofre desse mal não consegue prestar atenção em uma coisa só”, diz a neurologista Denise Menezes, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Na sala de aula, não separa o que a professora diz do latido de um cachorro do lado de fora”, acrescenta.
A DPAC é comum nas grandes cidades, onde o barulho excessivo prejudica a percepção de estímulos sonoros e a poluição provoca alergias que bloqueiam a orelha com muco. Crianças que têm inflamações freqüentes nos ouvidos também podem sofrer da desordem. O pior é que, por ser pouco conhecida, a DPAC costuma ser confundida com falta de inteligência ou com alguma deficiência mental. Mas, como mostra o caso de Glaudys, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O mundo é barulhento demais
Para uma vítima de DPAC, o mundo se transforma numa interminável confusão de barulhos desconexos e embaralhados de onde é quase impossível pescar os sons que realmente interessam (veja infográfico). O ar-condicionado vira um zunido infernal que se sobrepõe às vozes dos outros. O telefone torna-se uma máquina indecifrável, porque o cérebro não consegue decodificar a fala do interlocutor em meio à distorção normal de qualquer ligação. Também não é fácil entender a entonação das frases. Uma pergunta pode soar como uma afirmação e uma ironia acaba parecendo a frase mais séria do mundo. Os amigos acabam se afastando, já que ninguém gosta de conversar com alguém que não entende o que os outros dizem.
A fala também é prejudicada. “Os processos de linguagem se desenvolvem ao mesmo tempo que os de audição”, explica a fonoaudióloga Liliane Desgualdo, da Universidade Federal de São Paulo, pioneira no diagnóstico da DPAC no Brasil. “Uma criança pode não aprender a falar bem se não souber lidar com os sons.” A leitura acaba igualmente afetada. “Mesmo num lugar silencioso, uma pessoa com DPAC encontra problemas em entender um texto porque, para tanto, é necessário associar as palavras ao som que elas têm”, conta a psicopedagoga Ana Silvia Figueiral, de São Paulo. Todo esse esforço para realizar atividades corriqueiras é demais para o cérebro. Chega uma hora que ele não resiste e “desliga”. Por isso, as vítimas do problema são sempre muito distraídas.
Enfim, tudo se torna uma tarefa dura. O ouvido até percebe os sons, mas o cérebro, iludido pela falta de estímulos na infância, não sabe o que fazer com eles. Os médicos geralmente não percebem a disfunção porque ninguém desconfia que sintomas tão variados possam estar todos ligados à audição, menos ainda quando constatam em exames que o ouvido funciona normalmente. E, se o diagnóstico não é feito, não há como curar (veja quadro à direita).

Reaprendendo a escutar
A DPAC só foi reconhecida nos Estados Unidos em 1996, quando a Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição chegou a um consenso sobre seus sintomas e suas formas de tratamento. Ainda se sabe pouco sobre as causas – a falta de estímulos sonoros está entre elas, mas suspeita-se também de razões genéticas e de má alimentação. “Uma coisa é certa: a desordem está relacionada à classe social”, afirma Liliane. Ela fez uma pesquisa em colégios de São Paulo e constatou que, nas escolas particulares, entre 15% e 20% das crianças têm DPAC em algum grau. Nas escolas públicas, onde há uma proporção bem maior de alunos pobres, o índice chega a alarmantes 70%. A razão disso é que crianças mais pobres geralmente ouvem menos música, têm mais inflamações no ouvido, menos acompanhamento de pediatras e psicólogos e se alimentam pior, o que também pode prejudicar a formação do sistema auditivo. Infelizmente, a imensa maioria delas carrega esse estorvo para a idade adulta sem ao menos desconfiar que a cura pode estar ao alcance da mão.

Para Saber Mais
Processamento Auditivo Central – Manual de Avaliação, Liliane Desgualdo Pereira e Eliane Schochat, Editora Lovise, São Paulo, 1997.

fpeixoto@abril.com.br

Algo mais

Se um bebê toma mamadeira deitado, existe a perigosa possibilidade de o leite ser acumulado atrás dos tímpanos, prejudicando o desenvolvimento das vias auditivas. Todo o cuidado é pouco, porque a capacidade de receber sons se forma até os 2 anos.

A culpa é do ouvido

Alergias na infância podem acabar prejudicando a atenção e o desempenho escolar.
Mal urbano

Nas grandes cidades é comum crianças terem alergia causada pela poluição. Dependendo do caso, o muco se acumula atrás dos tímpanos. Essa é uma das causas de problemas no processamento auditivo.

Lápis insuportável
Quem teve problemas de audição na infância pode ficar com os neurônios do tronco cerebral mal conectados. O resultado é que sons triviais, como o de um lápis que cai, tornam-se insuportáveis. Fica impossível concentrar-se numa prova.

Anos cruciais
Até os 7 anos, se desenvolve a parte auditiva do tronco cerebral, importante para localizar a origem dos sons e notar um barulho entre vários.

Bem formado
Aos 13 anos, um menino saudável completa o desenvolvimento auditivo. Os neurônios de suas estruturas já são muitos e estão bem interligados.

Tudo é difícil

Situações banais viram obstáculos para um deficente auditivo.
Sem graça

Por não notar sentidos escondidos, o deficiente auditivo é incapaz de entender muitas piadas.

Falso rebelde
Na escola, como ele não é capaz de ordenar os sons, fica difícil entender as aulas. O professor muitas vezes acha que o menino desafia sua autoridade, pois não consegue seguir atividades simples.

Onde está?
Vítimas do distúrbio não conseguem saber de onde vem um som. É que o cérebro não pode calcular sua origem, uma operação que exige o processamento simultâneo do que ouvem os dois ouvidos.

O que faço?
O menino deficiente não sabe o que fazer com a bola porque não consegue entender o que os colegas gritam. Ele se desconcentra nos momentos que exigem a hierarquização dos sons.

Como funciona o tratamento

Apesar da gravidade do problema, a DPAC tem cura.
Uma das principais responsáveis pela pesquisa da terapia para o distúrbio no Brasil, a fonoaudióloga Liliane Desgualdo conta que o tratamento consiste em dar às pessoas os sons que elas deveriam ter ouvido durante as fases de desenvolvimento do processamento auditivo. Mesmo após os 13 anos, as áreas auditivas do cérebro podem ser aperfeiçoadas, desde que sejam submetidas a uma grande quantidade de estímulos. Uma das atividades é fechar o paciente em uma cabine e submetê-lo a vários sons misturados, acustumando-o aos poucos a distinguir um do outro. A terapia dura de seis meses a um ano.
A equipe de Liliane, uma das poucas especializadas no assunto no país, tem conseguido curar 80% dos pacientes que chegam às suas mãos – dos 20% restantes, pouquíssimos não apresentam alguma melhora.
Além do tratamento fonoaudiológico, é importante que haja também um acompanhamento psicopedagógico. "Os maiores danos da DPAC são na auto-estima. Depois de curado, um sujeito pode ainda se achar incapaz", alerta Ana Silvia. Afinal, não é fácil para um ex-paciente se acostumar com a idéia de que é inteligente depois de ter passado décadas acreditando que não é.

COPIADO DO SITE: http://super.abril.com.br/cotidiano/distraido-pelo-barulho-441352.shtml


Distúrbio auditivo é confundido com deficit de atenção


03/01/2011 - 11h14

Distúrbio auditivo é confundido com deficit de atenção


MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO 


Muitos dos sintomas são iguais: dificuldade de se concentrar, desorganização, esquecimento, mau desempenho na escola e problemas de relacionamento.
Marcelo Camargo/Folhapress
Henrique, 10, e Eduarda Lima, 12, de Brasília, têm o distúrbio de processamento auditivo
Os irmãos Henrique, 10, e Eduarda Lima, 12, de Brasília, têm o distúrbio de processamento auditivo
Por isso a dificuldade de saber se uma criança com dificuldade de aprendizagem tem transtorno de deficit de atenção e hiperatividade ou DPAC (distúrbio do processamento auditivo central).
O problema é uma falha na forma como o sistema nervoso central processa o som. Não há deficiência no aparelho auditivo, mas uma dificuldade para compreender o significado da mensagem.
Nomeado oficialmente nos EUA em 1996, o distúrbio ainda está se tornando mais conhecido por pais e professores. Segundo estudos, pode atingir até metade das crianças com dificuldades de aprendizagem.
Ainda se sabe pouco sobre causas -infecções no ouvido na infância estão entre elas, mas suspeita-se também de alterações neurobiológicas genéticas e meningite.
Crianças inteligentes, interessadas e que, mesmo assim, vão mal em várias matérias são candidatas a ter DPAC. É o caso de Eduarda, 12, de Brasília.
A mãe, Luísa Casado Lima, afirma que a filha sempre foi esforçada, mas não conseguia se concentrar e começou a cometer erros de grafia.
Luísa, que é dentista, levou a filha a uma fonoaudióloga, a um neurologista e a um ortopedista. No exame de audiometria, feito em cabine acústica, o processamento auditivo estava alterado.
Eduarda ouvia bem, mas não entendia o que era dito.
Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress
MODA
A mãe acha que o DPAC é moda. "Todo aluno tem alguma coisa, qualquer dificuldade é atribuída a alterações."
O filho dela, Henrique, 10, também foi diagnosticado com o problema.
O neuropediatra Paulo Junqueira também percebe um crescimento no número de diagnósticos.
Para a fonoaudióloga Vera Lúcia Garcia, diretora secretária da Associação Brasileira de Fonoaudiologia, os diagnósticos vão ficando mais específicos com a evolução da neurociência.
"Hoje a disseminação do distúrbio é maior e há mais recursos para avaliá-lo."
Nicholas Araujo, 9, do Rio, também foi diagnosticado com o DPAC. A mãe, Rachel, demorou para descobrir quais eram as dificuldades.
O que chamava a atenção da mãe é que qualquer frase era interpretada ao pé da letra. "O Nicholas não entendia brincadeiras, piadas, algo com duplo sentido", diz.
O tratamento é feito com fonoterapia, para ajudar a criança a separar e entender o que ouve.
Além de terem sintomas similares, o deficit de atenção e o distúrbio auditivo podem coexistir -o que é muito comum, segundo o neuropediatra Paulo Alves Junqueira. "É preciso tomar muito cuidado ao colocar um rótulo porque as características são similares. Há uma linha muito tênue entre os dois."



copiado do site: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/854090-disturbio-auditivo-e-confundido-com-deficit-de-atencao.shtml

“Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem”: o que é?


21 de Março de 2012 - 11:45

Leia o conceito sobre “Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem”, por Luciane Zanchi

Conceito sobre “Transtornos e Dificuldades de Aprendizagem”
A literatura a respeito do diagnóstico e tratamento de distúrbios, transtornos, dificuldades ou problemas de aprendizagem é vasta e fundamentada em concepções muitas vezes, divergentes entre si.
Devido o grande número de obras relacionadas ao assunto, torna-se inviável contemplar todas as possíveis definições e abordagens sobre esses conceitos.
De acordo com o CID – 10os Transtornos Específicos do Desenvolvimento das
Habilidades Escolares são compostos por grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM - IV)estima
que a prevalência dos Transtornos de Aprendizagem seja na faixa de 2 a 10% da população, dependendo da natureza da averiguação e das definições explicadas.
As alterações apresentadas por esse contingente maior de alunos poderiam ser designadas como “dificuldades de aprendizagem”. Participariam dessa conceituação os atrasos no desempenho escolar por falta de interesse, perturbação emocional, inadequação metodológica ou mudança no padrão de exigência da escola, ou seja, alterações evolutivas normais que foram consideradas no passado como alterações patológicas.
Conforme pode ser observado na definição acima, podemos considerar que há dois grandes grupos de Dificuldades de Aprendizagem:
(1) Dificuldades Escolares (DE)que podem ter como causas, as falhas no processo de alfabetização, inadequação do método pedagógico aos estilos e características de aprendizagem do aluno, excesso de mudanças de escolas, problemas escolares diversos (na dinâmica escolar), além de poderem ser resultantes de condições neurológicas diversas (epilepsia, paralisia cerebral e outros quadros neurológicos), deficiências em geral (física, mental, auditiva, visual, múltipla) e psicossociais (problemas na dinâmica familiar, estimulação inadequada e outros problemas sociais). É evidente que tais condições não são determinantes para que uma criança apresente uma dificuldade de aprendizagem, no entanto, irão influenciar o processo de aprendizagem.
(2) Distúrbios de Aprendizagem (DA)caracterizados por uma disfunção no Sistema Nervoso Central e decorrentes de uma falha no processamento das informações. Desse modo, a criança recebe adequadamente as informações do meio externo (visuais, auditivas e cinestésicas), porém há uma falha na integração, processamento e armazenamento dessas informações resultando em problemas na "saída" das informações sejam pela escrita, leitura ou cálculo.
O diagnóstico dos Distúrbios de Aprendizagem deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais das áreas: Psicologia/Neuropsicologia, Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Neurologia e Psiquiatria, uma vez que o quadro pode ser acompanhado por alterações em funções diversas que comprometem a aprendizagem da criança ou jovem.
  Dentre os Distúrbios de Aprendizagem, atualmente o que mais tem sido discutido e         abordado é a Dislexia, Disgrafia, Discalculia e TDAH.
As dificuldades de aprendizagem constituem o principal desafio para os           educadores. O fracasso escolar atinge as crianças em desenvolvimento, derrubam sua auto-estima, promovem dificuldades de relacionamento, distúrbios de comportamento e a marginalização daqueles que não se adaptam a regras sociais que não o reconhecem como sujeito em processo de aprendizagem.
Do enorme contingente de crianças com fracasso escolar, apenas uma minúscula fração consegue ser encaminhada a um recurso que permita compreender suas dificuldades, para obter algum atendimento a respeito da dificuldade que apresenta.
O diagnóstico precoce do distúrbio de aprendizagem é fundamental para a superação desta dificuldade. Desta forma se verifica a área mais comprometida e se encaminha para a abordagem terapêutica mais adequada.
Sabemos que existem vários fatores que afetam a cognição, como por exemplo:Fatores Emocionais que invadem os processos de pensamento (ansiedade, insegurança...); Orgânicos ( baixa visão/ audição...);  Neurológicos ( lesão cerebral, PC...); Comportamentais ( TDAH, Asperger...); Sindrômicos e muitos outros, os quais dificultam o diagnóstico, impedindo assim, que se faça uma intervenção precisa e eficaz. Por este motivo, é importante que se faça um trabalho em equipe, onde médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, Especialistas em Educação Especial, cada um em sua área, lançam mão de suas técnicas e conhecimentos específicos, a fim de oferecer um diagnóstico preciso, para que se faça uma intervenção apropriada para cada caso.
Em nosso trabalhonoCENAIPP , especialistas como Psicopedagogas, Psicólogas e Educadoras, observamos a preocupação dos pais com seus filhos que apresentavam dificuldades na escola, e que apesar de seu desempenho, dos professores e da própria criança, víamos a frustração e desânimo dos mesmos quando as metas de aprendizagem não eram alcançadas, o que levava essas crianças a um rebaixamento da autoestima e sentimentos de “não ser capaz”.
Por isso, quanto mais cedo qualquer distúrbio e/ou Dificuldade de Aprendizagem for percebida, maior a chance de iniciar o tratamento e alcançar êxito satisfatório no processo cognitivo e consequentemente, na aprendizagem,
As queixas relatadas pelos professores com maior incidência sobre o aluno que não aprende são:
  • Falta de atenção;
  •  Esquecimento;
  •  Dificuldade na leitura e na escrita;
  •  Dificuldade na matemática;
  •  Dificuldade nos processos de pensamento;
  •  Dificuldade nas atitudes de trabalho;
  • Problemas de comportamento e de motivação pelas atividades escolares;
  •  Frustração e fraca auto-estima;
  •  Problemas de estudo e de organização; 
A identificação precoce das Dificuldades de Aprendizagem no ensino pré-primário, ou mesmo antes, constitui, portanto, uma das estratégias profiláticas e preventivas mais importantes para a redução e minimização dos seus efeitos, pois, neste período crítico de desenvolvimento, a plasticidade neuronal é maior, o que quer dizer que os efeitos de uma intervenção compensatória e em tempo útil podem ter conseqüências muito positivas nas aprendizagens posteriores.
Para se desenvolverem estratégias preventivas temos que considerar para além dos educadores e dos professores, os próprios pais, pois como conhecem muito bem os seus filhos, podem notar neles padrões de desenvolvimento diferentes, mesmo no seio da mesma família.
Os pais, por exemplo: podem notar que um dos seus filhos tem mais dificuldades em dominar o alfabeto que outro, ou que tem mais relutância para aprender a ler ou é mais distraído e descoordenado. As preocupações dos pais respeitantes a estas questões devem ser seriamente consideradas, pois, na sua observação diária e na sua reflexão não profissional, podem evocar sinais muito importantes para organizar uma avaliação dinâmica do potencial de aprendizagem dos seus filhos.
Em suma, cabe aos professores e profissionais da escola, além, é claro, dos familiares, acompanharem o crescimento e o desenvolvimento de suas crianças e jovens, ao menor sinal de problema de aprendizagem, procurar verificar as causas e consultar um profissional. 
Luciane Zanchi Sperafico
Psicopedagoga, Especialista em Educação Especial,
Aperfeiçoamento em Neurociências da Aprendizagem e TDAH