quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Aprender ajuda a prevenir o declínio cognitivo.
É o que revela um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), sugerindo que atividade mental pode prevenir o declínio cognitivo e de memória relacionado à idade.
Os neurocientistas da UCI apresentaram as primeiras evidências de que aprender promove a vitalidade cerebral e que, consequentemente, poderia reduzir os efeitos do envelhecimento sobre a memória e a mente.
Usando uma técnica inovadora de neuroimagem que eles desenvolveram para estudar a memória, a equipe de pesquisa, liderada por Lulu Chen e Christine Gall, descobriu que formas comuns de aprendizagem estimulam quimioreceptores que ajudam a manter as células cerebrais funcionando em níveis de excelência.
Esses receptores são ativados por uma proteína denominada fator neurotrófico cerebral (neurotrophic brain-derived factor, BDNF) que facilita o crescimento e a diferenciação das sinapses neuronais (pontos de comunicação entre células nervosas). Segundo os pesquisadores, o BDNF é a chave da formação das memórias.
“Esses resultados confirmam a importância crucial da aprendizagem para o funcionamento cerebral e indicam as vias através das quais podemos ampliar essa relação, o que viabiliza o desenvolvimento de novos meios de tratamento”, diz Chen um graduado pesquisador em Anatomia e Neurobiologia. O estudo foi publicado online na edição da primeira semana de março (2010) da National Academy of Sciences.
Juntamente com a descoberta de que a atividade cerebral põe em ação o BDNF, os pesquisadores identificaram que esse processo encontra-se relacionado com a emissão de ondas teta, que seriam vitais na codificação de novas memórias.
O ritmo teta do hipocampo envolve neurônios que disparam sincronicamente de três a oito vezes por segundo. Esse ritmo está associado à potenciação de longo tempo, um mecanismo celular fundamental ao aprender e à memória.
Os resultados do estudo, realizado em cobaias, permitem concluir que tanto uma tarefa de aprendizagem comum quanto a estimulação magnética externa de ondas teta, promoveu a ativação sináptica de BDNF. Há evidências de que o ritmo teta se esvai com a idade e nossas descobertas sugerem que isto pode resultar numa deterioração da memória. Por outro lado, manter um estado mental ativo ao longo do processo de envelhecimento pode incrementar a atividade de BDNF e reduzir as consequências do declínio cognitivo.
Os pesquisadores agora procuram saber se o aumento dos sinais de aprendizado induzido diminui com a idade e se isso poderia ser prevenido por uma nova droga experimental.
O professor de Psiquiatria e Comportamento Humano da UCI, Gary Lynch, e ainda outros pesquisadores associados também participaram do estudo que teve apoio do Instituto Nacional de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA. A Universidade da Califórnia em Irvine, fundada em 1965, é uma das melhores universidades americanas dedicadas à pesquisa, tem cerca de 28 mil alunos, 1.100 professores e 9 mil funcionários. Maior empregador do condado de Orange, a UCI contribui anualmente com cerca de 3.9 bilhões.
FONTE DE PESQUISA: http://www.aprendercrianca.com.br/informacao/desvendando-os-misterios-do-cerebro/aprender-ajuda-a-prevenir-o-declinio-cognitivo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Gostei muito do artigo e do seu blog. Sua área é pouco conhecida. Posso colocar o seu link no meu blog?
ResponderExcluir