segunda-feira, 18 de abril de 2011

V Congresso Internacional da ABDA e IV Encuentro Latinoamericano de TDAH



V Congresso Internacional da ABDA e IV Encuentro Latinoamericano de TDAH


O V Congresso Internacional da ABDA e o IV Encuentro Latinoamericano del TDAH acontecerão juntos nos dias 4 e 5 de agosto de 2011, no Rio Sheraton Hotel & Resort. Esse evento organizado pela ABDA, em parceria com a Liga Latinoamericana del TDAH será, o maior evento de TDAH da América Latina.



“TDAH um compromisso de todos” será o título desse evento que reunirá palestrantes nacionais e internacionais com palestras e workshops nos mais variados temas para médicos, psicólogos, profissionais de educação e saúde e portadores de TDAH e seus familiares.


FONTE DE PESQUISA:
http://www.dcd-host.com/clientes/abda/vcongresso/







sexta-feira, 8 de abril de 2011

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROAPRENDIZAGEM.





COORDENAÇÃO: PROFª MARIA IRENE MALUF E MS MARIA FERNANDA MALUF


MATRÍCULAS ABERTAS para NOVA TURMA com AULAS EM DOIS DOMINGOS AO MÊS
INÍCIO: 20 de Março de 2011


INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES PELOS E-MAILS: irenemaluf@irenemaluf.com.br e irenemaluf@uol.com.br
OBJETIVO: Proporcionar aos profissionais da educação e saúde, conhecimentos e condições de compreensão,planejamento e aplicação prática em seu campo de atividade, dos princípios  neuroaprendizagem, transtornos do aprender e da neuropsicanálise, dentro de uma perspectiva multidisciplinar.
DURAÇÃO: 18 meses consecutivos (dois domingos ao mês )
CARGA HORÁRIA DO CURSO: 360 horas-aulas presenciais e mais 3 mesespara entrega da Monografia (requisito obrigatório paraobtenção do certificado de especialista)
DIA E HORÁRIO DAS AULAS: Domingo das 8:30h às 18:30h
CALENDÁRIO DAS AULAS no primeiro semestre 2011: 20 e 27 de março;3 e 10 de abril,15e 29 maio 12 e 26 de junho
LOCAL DAS AULAS:Comfort Suites Oscar Freire/Atlantica Hotels Internacional-Rua Oscar Freire 1948-Jd Paulista -São Paulo
INVESTIMENTO: Inscrição/Matrícula R$350,00
Mensalidade 2011:R$350,00
 DISCIPLINAS: específicas sobre Neuroaprendizagem, Neuropsicanálise, Neurodidática nas Dificuldades e Distúrbios da Aprendizagem e Neuroaprendizagem na Educação Inclusiva
CERTIFICAÇÃO PELA FACULDADE ESCOLA PAULISTA DE DIREITO –FACEPD
(http://www.epd.edu.br/sobre-escola-paulista-de-direito)
(http://emec.mec.gov.br/emec/consultacadastro/detalhamento/)
CURSO ORGANIZADO PELA PARCERIA DO INSTITUTO SABER CULTURA E NÚCLEO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM,PSICOPEDAGOGIA E NEUROAPRENDIZAGEM
OBS:
  • Este curso de Pós-graduação Lato Sensu está em conformidade com a resolução CNE/CES 01, de 08/06/2007
  • O diploma será emitido após o cumprimento pelo aluno, das obrigações acadêmicas e administrativas

ALGUNS DENTRE OS  PROFESSORES CONVIDADOS:
Dr André Carvalho -Dra. Eloísa Fagali- Dr Fábio Barbiratto- Dr Marcus Duarte -Dra. Maria Ambrosina Costa- Dra. Nádia Bossa-Dr Saul Cypel- Dra. Sylvia Ciasca- Dra. Sônia Rodrigues - Doutoranda Amanda Menezes Andrade- Doutoranda Amanda Menezes Doutorando Arthur de Almeida Berberian-  Doutoranda Doutoranda Bruna T. Trevisan -.Doutoranda Darlene Godoy de Oliveira - Doutoranda Tatiana Pontrelli Mecca.- Ms Adriana Gabanini - Ms. Marina Tariano -Ms. Vera Márcia Pina.-.Esp Esp Ivania.P. Brito.-.Esp Marcus Vinicius Duarte Okoniewski.-.Esp Renata Taborda -. Esp Sandramara Morando Gerbelli
 entre outros.





COMO REALIZAR A SUA MATRÍCULA
OBS:
  • A matrícula é precedida de uma Entrevista pessoal do candidato com a profª Irene Maluf e deve ser agendada antecipadamente através do e-mail: irenemaluf@uol.com.br ou irenemaluf@irenemaluf.com.br,  já indicando suas disponibilidades (dia da semana  e  período) entre  15 de janeiro e 28 de fevereiro de 2011 :
    • 2ª e 4ªf : manhã das 9h30 às 12h30
    • 3ª e 5ªf :à tarde das 17h00 às 19h30
    • Domingos: das 10h00 às 12h30
  • O candidato  que morar fora de São Paulo, deve enviar o seu  Currículo  por e-mail  juntamente com a Ficha de Inscrição preenchida para análise  e aguardar contato
  • Providenciar a seguinte documentação (completa) para matrícula:
    • Cópia AUTENTICADA do diploma, certificado ou declaração da conclusão do curso de graduação.
    • Cópia simples do Histórico Escolar
    • Cópia simples do Certidão de casamento(se houve mudança de sobrenome)
    • Cópia simples do Comprovante de residência
    • 01 foto 3x4 colorida e recente
    • Cópia simples da Identidade e CPF
    • Currículum Vitae resumido
    • Contrato Assinado (clique aqui para ler e imprimir)
    • Ficha de Inscrição preenchida (clique aqui para visualizar e imprimir)


FONTE DE PESQUISA: http://www.neuroaprendizagem.com.br/index.asp

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A televisão se transformou em ferramenta educomunicacional ?





Ao mesmo tempo que a TV se transformou num importante meio de difusão de mensagens (ideológicas, políticas, publicitárias, etc.) tornou-se numa imaculável fonte que alguns consideram capaz até de ensinar e educar, apresentando-a atualmente como uma excelente ferramenta educomunicacional.


Desde os anos 50 que se estudam formas de utilizar a televisão para o ensino de matéria educativa às crianças e adolescentes, sendo a partir dessa altura que se começou a perceber que os meios audiovisuais, nomeadamente a televisão, poderiam ser utilizados para beneficiar o ensino e a relação professor-aluno.

Apesar das potencialidades desta ferramenta, depressa surgiram teorias que apresentavam profundos contrastes entre o que é aprendido através da TV e através da escola, salientando o carácter negativo da televisão e sublinhando a relação antagónica que a maior parte dos professores assume viver com a televisão, acusando-a de transmitir violência e tirar tempo ao estudo, à leitura e ao espírito crítico. No entanto, têm vindo a crescer as opiniões que defendem que a televisão pode realmente ser uma ferramenta pedagógica, capaz de auxiliar o professor e de complementar as suas aulas. No entanto, levar a programação para a sala de aula não basta. Para que se consigam aproveitar as potencialidades pedagógicas da televisão é necessário que os professores saibam utilizar a televisão como uma ferramenta educativa, que mostrem aos alunos que ela não é uma indiscutível fonte de conhecimento, mas um objeto capaz de acender diálogos entre aluno/professor e alimentar discussões sobre os mais variados e atuais temas.

À primeira vista, a tendência é seguir a ideia de que as estações televisivas (desde sempre atadas ao fator concorrência) devem mudar as suas prioridades e apostar em programas culturais e educativos. É verdade. Contudo, torna-se necessário salientar que também a escola deve mudar: pois desde sempre existiu uma enorme resistência à utilização de novas tecnologias pela maior parte dos professores, que continuam muitas vezes a orientar-se apenas pela pedagogia da "fala, quadro e manual", pouco (ou nada) consentânea com os tempos da geração digital.

Não podemos esquecer que as crianças vivem hoje rodeadas de uma panóplia de fontes de informação e de recursos tecnológicos com capacidades educativas notáveis (revistas, telemóveis, Internet e, logicamente, televisão) cujas potencialidades não são devidamente logradas. A maior parte dos alunos absorve diariamente um manancial de mensagens, provenientes das mais diversas fontes, cuja interpretação nem sempre é feita da forma mais correta.

Cabe por isso à escola, e especialmente aos professores, ensinar a utilizar esses instrumentos, e não há melhor forma de o fazer senão utilizando essas ferramentas nas salas de aula. Mas mais do que utilizar a televisão nas salas de aula, os professores devem saber ensinar a ver televisão, a destacar os bons programas e a fazer uma leitura crítica da TV. Só assim os alunos perceberão a forma como a televisão é capaz de melhorar o seu processo de aprendizagem.

Não podemos descurar, de todo, a ideia de que este procedimento não é fácil, pois para que os professores possam utilizar devidamente a TV na sala de aula é necessário, entre outros fatores, que haja outro tipo de organização, formação e preparação (teórico-prática) dos docentes, mudanças nem sempre vistas como prioridade por parte das instituições governamentais ligadas à educação.


É imprescindível que os professores façam (re)leituras dos programas com os seus alunos, que discutam com estes as problemáticas dos programas e que ajudem a perceber os aspetos positivos e negativos das diferentes abordagens vistas na TV.

É necessário que as pessoas, como telespectadoras, percebam que são elas que escolhem os programas que veem e que querem ver. É necessário que os telespectadores percebam que são ímpares donos das audiências, e que, por isso, conjuntamente com as estações televisivas, têm grande parte da responsabilidade na definição de uma programação televisiva de qualidade, mormente de uma programação que alie entretenimento e educação.
Rui Lopes Pinheiro

2010-11-22
FONTE DE PESQUISA: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=90393CF3D2769415E0400A0AB8001D51&channelid=90393CF3D2769415E0400A0AB8001D51&schemaid=&opsel=2

Reconstruindo a imagem profissional do professor de hoje ou de amanhã.





Os "verdadeiros" profissionais da educação utilizam muitas ferramentas diferenciadas para avaliar como os seus alunos aprendem, bem como para saber aquilo que eles já sabem.

Do individualismo às comunidades educativas Quando ouvimos a palavra professor qual é a imagem que nos assalta? Penso que será quase unânime a resposta: uma pessoa diante de uma turma que transfere através da oralidade os conteúdos do programa e que no fim da semana faz uma ficha de avaliação. Contudo, nós temos a perceção de que para que um aluno atinja plenamente as suas potencialidades, o professor tem necessariamente de fazer muito mais do que o que foi descrito na imagem anterior.
O profissionalismo docente não se compadece em aceitar este modus operandi por parte do professor, se o que desejámos é que o aluno seja bem-sucedido. Os "verdadeiros" profissionais da educação utilizam muitas ferramentas diferenciadas para avaliar como os seus alunos aprendem, bem como para saber aquilo que eles já sabem. Eles usam esta informação para ajudar os alunos a avançarem do ponto da aprendizagem onde se encontram até ao ponto aonde precisam de ir. Os professores organizam atividades, materiais e a instrução com base nos conhecimentos que os alunos detêm e também de acordo com o nível de desenvolvimento que se espera que estes atinjam. Os professores devem ter uma ideia clara sobre as conceções que os alunos têm daquela disciplina. A partir destas interpretações, quer elas sejam positivas ou negativas, o professor poderá começar a fazer o design das lições. Ao fazer a adaptação dos currículos nacionais tendo em consideração as avaliações referidas, o professor poderá mais facilmente tornar acessíveis os conteúdos aos alunos que apresentem mais dificuldades ou que tenham necessidades educativas especiais.
Os professores que agem como profissionais normalmente criam situações de aprendizagem ativa para os seus alunos através da organização de debates, do desenvolvimento de pesquisas, de trabalhos de escrita, de envolvimento na avaliação, no uso da experimentação e através da construção de modelos, da escrita de artigos, e construção de produtos em adição ao ouvir e ler informação, assistir a simulações e fazer uso das novas tecnologias.



A capacidade de comunicar com os mais jovens é também decisiva para um bom professor. Esta capacidade passa por gostar de estar com os mais novos, da exuberância barulhenta dos seus comportamentos e do intenso questionamento, uma vez que estes fazem parte do seu processo de crescimento como pessoas. Comunicar com os mais jovens significa criar empatia, significa procurar compreender a realidade através dos seus olhos, o que nem sempre acontece nas salas de aula. Rogers há décadas atrás referia que poderemos assistir a milhares de interações em sala de aula sem nunca nos cruzarmos com um caso de comunicação clara, de cuidado sensível, de compreensão empática.

Os professores que agem como profissionais esperam que os seus alunos alcancem níveis de qualidade e de excelência muito elevados e por isso mesmo eles próprios agem desse modo, servindo de modelos para os seus estudantes. Eles também dão um feedback constante aos seus alunos o que lhes propicia uma informação preciosa para constantemente reverem os seus modos de trabalho e estudo com vista a alcançar os padrões de qualidade e de excelência desejados.

O envolvimento das famílias nos processos de ensino-aprendizagem é também muito importante uma vez que estreita os laços entre os dois microssistemas mais importantes dos quais os alunos participam: a escola e a família.


Os laços com os restantes professores são de cooperação criando um clima de formação positivo que funciona como um dos pilares das aprendizagens qualitativas dos alunos. As escolas onde estes professores atuam transformam-se, assim, em comunidades de aprendizagem, as quais se constroem a partir da necessidade coletiva de pertença. As comunidades de aprendizagem são feitas de pessoas que partilham um objetivo comum. Elas colaboram para aproveitar as forças individuais, respeitando e incluindo a variedade de perspetivas e ativamente promovem oportunidades de aprendizagem. Os resultados esperados são a criação de um vibrante e sinergético ambiente, a melhoria do potencial individual dos seus membros, e a possibilidade de que novos conhecimentos possam ser criados.
 
Cristina Sousa

2011-01-03
FONTE DE PESQUISA: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=90393CF4A209521CE0400A0AB8001D4F&channelid=90393CF4A209521CE0400A0AB8001D4F&schemaid=&opsel=2

Escola para todos, ou uma escola para tolos?



Com o decorrer dos anos, os governantes, lá no alto do seu douto saber, entenderam que, já agora, os professores e a escola poderiam também cumprir uma imensidão de funções até então cometidas ao Estado, às famílias e à sociedade.


O teimoso prosseguimento da implementação das atuais medidas de política educativa anuncia uma clara mudança de paradigma: a transição do modelo sixty da "escola para todos", para o modelo pós-modernista da "escola para tolos".

A grande reforma educativa sorvida dos quentes e vibrantes anos do final da década de sessenta, consubstanciada nas filosofias do maio de 68, apontava para uma escola aberta, universal, inclusiva, interclassista, meritocrática, solidária, promotora da cidadania e, até, niveladora, no sentido que deveria esbater as desigualdades sociais detetadas à entrada do percurso escolar.

Os professores passavam a ser mediadores da aprendizagem, promotores da socialização e do trabalho partilhado. Os alunos metamorfoseavam-se em aprendentes ativos, participativos, concretizadores, colíderes da sala de aula e do rumo a dar às planificações. Os pais, descolarizados ou iletrados, por vergonhosa opção de quatro décadas de ditadura, entregavam os seus filhos naqueles centros de promoção do sucesso social. Era a escola aberta à comunidade, uma escola moderna, que se impunha à escola tradicional.
Era, enfim, a escola para todos.

Com o decorrer dos anos, os governantes, lá no alto do seu douto saber, entenderam que, já agora, os professores e a escola poderiam também cumprir uma imensidão de funções até então cometidas ao Estado, às famílias e à sociedade. Mesmo que não tivessem tido preparação para isso, os professores tinham demonstrado que sabiam desenvencilhar-se e, sobretudo, que não sabiam dizer não.

E desde então, essas passaram também a ser tarefas e funções da escola e dos seus docentes. A partir desse momento singular, passámos a ter uma escola que, por acaso, também era um local de aprendizagem formal, mas que, sobretudo, se foi desenvolvendo como um espaço de aprendizagens sociais, informais, socializadoras. E foi assim que se baralhou e se desvirtuou uma escola que, altruisticamente, queria ser para todos, transformando-a numa escola onde tudo cabia. Era a escola para tudo.

Mais recentemente (reportando-nos ao baronato de Maria de Lurdes Rodrigues e ao principado de Isabel Alçada), entendeu-se que a escola gastava muito e os professores, numa indolência secular, pouco faziam. Logo, quem sabe? até poderiam ser substituídos uns pelos outros, à molhada, degradantemente. Ou até secundarizados por "skinnerianas" máquinas de ensinar, que apressadamente se viram batizadas de Magalhães, porque os governantes portugueses gostam que a História, tal como as telenovelas, se repita.






Aos professores, era exigido que reincarnassem de novo: uns em avaliadores, outros em avaliados; uns em diretores, outros em assessores, outros em assessorados; uns em titulares, outros em titulados, uns em relatores, outros em ralados. Porém, desta vez, a culpa não ia morrer solteira. Mas, para isso, revelava-se necessário desviar as atenções: o resvalar da escola não podia ser atribuído ao acumular dos insucessos de continuadas e desastrosas políticas educativas. Com o derrapar da instituição escolar, a responsabilidade tinha que ser apenas atribuída a um dos atores: aos docentes, claro... e, logo, à sua falência profissional. Acreditam? Pois... é a escola para tolos.
O que eles não sabem nem sonham é que os professores têm dentro de si a força regeneradora do saber, da cultura e da utopia social. Modelando sabiamente os seus alunos, são os construtores de futuros. Dentro e fora da escola querem partilhar a discussão do amanhã, porque aprenderam que ter, é ceder e partilhar.


Infelizmente, como humanos que são, também erram: do seio da escola por vezes saem maus políticos e, logo, más políticas. Mas não é por isso que se deixam abater, já que exercem uma profissão que exige a reflexão permanente, a busca de consensos, e a capacidade de ser persistente, sem teimosia.
Hoje, e talvez por estarmos à beira de uma pressentida reedição do maio de 68, com os jovens na rua a contestarem as políticas e os políticos que se enredaram em rotinas de salamaleques e na narcísica gestão das suas imagens e carreiras, faço minhas as palavras dos Deolinda: "E fico a pensar/que mundo tão parvo/onde para ser escravo/é preciso estudar".
João Ruivo

2011-03-14
FONTE DE PESQUISA: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=90393CD536DFF36DE0400A0AB8001D4D&channelid=90393CD536DFF36DE0400A0AB8001D4D&schemaid=&opsel=2

AQUI OU EM PORTUGAL, É TUDO IGUAL !!!

AQUI OU EM PORTUGAL , É TUDO IGUAL !!!










O clima percecionado na maioria das escolas é de desilusão, de desencanto, de anomia profissional.

Os professores portugueses não vivem momentos facilitadores do desabrochar da ilusão, da fantasia criadora e da utopia que leva à vontade de fazer e de vencer.

O clima percecionado na maioria das escolas é de desilusão, de desencanto, de anomia profissional.

Os mais jovens interrogam-se sobre as escolhas que fizeram no momento em que decidiram vir a ser professores. Os que acumularam mais experiência no desenrolar do seu percurso profissional questionam-se sobre o sentido da dádiva desinteressada com que se envolveram numa carreira que, pela sua nobreza e relevância social, deveria ter sido indiscutivelmente gratificante.

As políticas de reconstrução do tecido curricular, organizacional e de vida ativa dos docentes e das escolas correram mal. Correram mal a todos e pelos piores motivos. Correram mal aos governantes, por precipitação, autismo e muita soberba. Correram mal aos professores pelo desrespeito com que foram mimados, pelo desgaste da sua imagem social, e pela total desestruturação do seu mundo conceptual sobre a escola e sobre o seu futuro.

Há muito que os especialistas tentam compreender estes estádios de carreira, ou ciclos de vida dos professores.

Porque são previsíveis e, logo, facilmente controláveis, em termos de expectativas e de procedimentos, a literatura aconselha a manter os docentes em um dos três estádios clássicos do seu percurso profissional:

1- O estádio da sobrevivência, ou da fantasia, que geralmente coincide com o início da carreira, e que se singulariza pela necessidade de afirmação do professor, no contacto que mantém com os seus alunos, com os colegas e com comunidade educativa;

2- O estádio da mestria, em que o professor foca o seu esforço no desempenho profissional, na preocupação de ser um "bom" professor, dominando competências inerentes a essa intencionalidade, pelo que procura respostas adequadas para determinadas situações que o ato de ensinar lhe coloca: o número de alunos por turma, a ausência de regras bem definidas de ação, a falta de materiais e condições para o exercício do seu trabalho na classe, a falta de tempo para a consecução dos objetivos, ou para a abordagem dos conteúdos;

3- O estádio da estabilidade, em que o docente tenta individualizar o ensino, preocupando-se quer com os seus alunos, quer com as suas necessidades e anseios, sejam elas de ordem curricular como de natureza social e, até, familiar.

A pressão permanente sobre o sistema e sobre os professores; a sua menorização pessoal, intelectual e profissional, invariavelmente conduz a situações de prolongado e persistente mal-estar, retirando os docentes de um desses três estádios clássicos e colocando-os no que Francis Füller tão engenhosamente chamou de "curva ou estádio do desencanto".

Infelizmente, vivemos em Portugal um desses momentos raros e que presumimos indesejáveis para todos os intervenientes: professores, pais e governantes. Momento em que se rompeu com um período em que os professores se encontravam em ciclos da carreira de desinteressada dádiva ao sistema, à escola e aos alunos, e que os tinham levado a otimizar o seu investimento pessoal.

O ataque à sua profissionalidade surgiu uma vez e outra, até que esta inesperada e evitável curva do desencanto os atingiu fatalmente.

O acumular de situações provocadas por esta já longa e insuportável conjuntura, por todos conhecida, o retomar insistente de promessas incumpridas de verdadeira descentralização do sistema educativo português, e a negação de se atribuir mais poder de decisão aos professores e às escolas também contribuíram para que a desilusão e o desencanto se enquistassem no sistema, transformando as sinergias naturais em processos de entropia irrefreáveis.

O trabalho do professor é socialmente incontornável. Não depende apenas das políticas e dos políticos. É uma exigência social, reconhecida e validada, que implica com a construção do futuro e com o bem-estar das novas e das mais seniores gerações.

A escola é um bem não negociável. Não pode ser objeto de argumentos de fação, de olhares recriminatórios e de invetivas de tirania psicológica. Não pode, porque o que se faz à escola tem um efeito multiplicador e de imprevisível bumerangue. O desrespeito desleal pela escola marca e vitima os acusadores. A cicatriz social que daí resulta leva tempo a sarar.

O mal-estar que se instalou por demasiado tempo tem custos que ainda estão por calcular. E pagamos todos. Mesmo aqueles que, como nós, continuam a pensar que para com os professores temos uma dívida impagável que releva os momentos menos felizes do exercício da profissão. Porque lhes devemos uma boa parte do que somos e do que ainda queremos vir a ser.

João Ruivo
2011-04-04

FONTE DE PESQUISA: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=90393CF50E8C521CE0400A0AB8001D4F&opsel=2&channelid