sábado, 28 de maio de 2011

Neuropedagogia: Incrementando a fixação dos conteúdos e ensinando inteligência.


O que é Neuropedagogia?

 É a reestruturação da prática docente e discente em função das novas descobertas acerca do Modus Operandi do aparelho cognitivo humano.


Seu entendimento e implementação permitem, ao mesmo tempo,
(1) compreender as razões do sucesso de vários países na retenção dos conteúdos em seus alunos,
(2)explicar porque alunos brasileiros tem retenção tão inferior e
(3) articular uma práxis que aproxime nossos resultados dos obtidos nas melhores escolas.



Como se estrutura o aparelho cognitivo?

O encéfalo, nosso aparelho cognitivo, forma um todo complexo pouco compreendido, entretanto, o pouco sabido é suficiente para incrementar nossas práticas escolares. Pode-se didaticamente dividi-lo em três partes: o cerebelo (1), o sistema límbico (2) e o córtex (3). O cerebelo (1) é a parte do encéfalo responsável por estruturar os comandos mecânicos de nosso corpo. Quando aprendemos a falar, a escovar os dentes ou andar de bicicleta é este sistema que recebe as instruções que programam sua rede de neurônios, instruções estas difíceis de serem implantadas MAS que depois jamais são esquecidas. O sistema límbico (2) se compõe do hipotálamo, tálamo, amígdalas e hipocampo. Pode ser entendido como um cérebro réptico completo em sí mesmo.
A evolução fez com que fosse somado a este cérebro réptil um córtex capaz de dar suporte as capacidades humanas superiores e manteve este cérebro primitivo atribuindo-lhe vários papéis instintivos além da
função essencial de reter as informações colhidas durante o dia. Instintos básicos como o medo e a decisão de lutar ou correr diante de uma ameaça são gerenciados pelas amígdalas e hipotálamo, já o hipocampo perfaz a memória que registra os dados colhidos diurnamente. É no córtex (3) onde se registram definitivamente o que se aprendeu durante o dia. Diversos casos clínicos, como o das irmãs-lobas Amala e Kamala ou como o do sujeito acidentado que esquece o que aprendeu minutos atrás forneceram as pistas de como funciona a aprendizagem.



Como funciona na prática o aparelho cognitivo?

O córtex, embora possa reter informação equivalente a de milhares de PCs de ultimo tipo não consegue gravar dados durante o dia. Ou ele se deixa ler ou ele se deixa gravar. Aqui se faz analogia com os computadores MAS tal analogia é só aproximação porque nos PCs separam-se dados e processamento e no córtex todo o processo é integralizado, dados e processamento ocupam a mesma rede neuronal. Mas como não se pode gravar no córtex durante o dia, para onde vão os dados? É no hipocampo que guardamos as informações durante o dia. Este se assemelha neuronalmente ao córtex, ocorre contudo que seus dados são COPIADOS para o córtex todas as noites durante os sonhos e o hipocampo é depois apagado. Uma vez no córtex, os dados ficam retidos para sempre... Freud já defendia que não existe esquecimento o que existe é não-lembrança... Esquecer é na verdade não lembrar. Prova-se esta asserção pelo simples fato de se conseguir lembrar de coisas em situações especiais ou ainda sob hipnose (então o dado não foi apagado...). Mas como fazer com que uma informação seja transferida para o córtex?
Ao contrário do cerebelo, onde escolhemos exatamente o que queremos gravar, no córtex o sistema que copia do hipocampo para ele é inconsciente! O critério de escolha do que se copia é dado pela “profundidade” das marcas deixadas no hipocampo. Estas podem ser mais “marcantes” se tiverem uma emoção qualquer associada (lembram das piadas?) ou então se fizermos deliberadamente marcas mais fortes em certos saberes simplesmente os ESTUDANDO! Quando se estuda, quando se lê e se busca compreender um dado conceito, o esforço empregado atribui um certo valor que o sistema inconsciente de cópia RECONHECE como importante e o copia. O truque então é simples: Basta que o aluno ESTUDE no mesmo dia da aula o que lhe foi ensinado! Tem de ser no mesmo dia para que o conteúdo da aula dada esteja no hipocampo. O problema aqui é fazer com que o alune estude...



Como convencer nosso aluno a estudar?

Não se consegue ensinar alguém desmotivado. Os alunos já sabem que precisam ser independentes, trabalhadores, úteis e remunerados para, futuramente, levar sua própria vida. Essa estratégia funciona? Para muitos funciona, mas não para todos. Muitos estão ainda muito imaturos para entender esses argumentos ou muitos contam com um apoio familiar que julgam infinito. Há também o reforço negativo. As ameaças, a negação de coisas, de viagens e etc. Funciona? Para muitos funciona. Mas não para todos. Enfim, não é possível afirmar que a mesma MOTIVAÇÃO funcione para todos, dai ter MAIS um tipo de motivação é útil por ampliar nosso leque de opções.



Inteligência pode ser ensinada?

Foi crença comum que a inteligência de cada pessoa fosse um dom individual e estático. Tal crença se baseava em certas proposições da Psicologia tradicional e no senso comum. Eu também – confesso – pensava assim, até que o Professor Piazzi me mostrou o oposto e fui investigar. Inteligência pode ser
sucintamente definida como: “Capacidade de resolver problemas”. Mas, que tipo de problemas? Qualquer tipo de problemas, seja de ordem material ou espiritual. Resolver problemas exige memória, poder de análise, poder de síntese, percepção aguda da realidade, imaginação, capacidade de depreender a ordenação em uma realidade E/OU de impor sua própria ordenação a uma realidade caótica. Diante de um mesmo problema pessoas diferentes tem reações diferentes. Alguns saem da situação e outros ficam estáticos sem saber o que fazer OU fazendo - patéticamente - coisas que não resolvem. Vamos dar um exemplo prático: A mãe sai para comprar o almoço e deixa dois pimpolhos, de 4 e de 7 anos em casa. Ela esconde o pote de biscoito no alto do armário da cozinha e o mais novo assiste a isso imaginando ser um
obstáculo intransponível. O mais velho, ao saber disso, simplesmente pega uma cadeira, encosta no armário, sobe no assento, sobe no encosto e pega o pote e os dois se refestelam no chão da cozinha... O mais novo, agora, diante do mesmo problema já sabe o que fazer... Se antes ele não teve inteligência pra resolver o problema, agora ele tem! É óbvio que o mais velho terá sempre mais inteligência/experiência que o mais novo MAS o contato faz com que o mais novo se aprimore... Cada vez que aprendemos algo nos tornamos aptos para resolver MAIS problemas, ora, assim sendo, nos tornamos MAIS inteligentes. Podem objetar essa idéia alegando que o que primeiro resolveu é que é inteligente, o outro só imitou, entretanto, com o tempo, com a experiência, a mente vai depreendendo por sí mesma as estratégias de pensamento,empregadas nos exemplos de solução e passa a solucionar por si só.... Observem os exemplos a seguir:

1) 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! 4R4BÉN5!


2) De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Itnereasste não? Não é Aussatosdr o que nsosa mnete é cpaaz de fzaer? Vcêos sbaaim dsiso?


Pensem na vantagem desta concepção: Se adotarmos estratégicamente que inteligência pode ser ensinada, que compomos uma escola de inteligência e que a nossa tarefa é aumentar a inteligência dos alunos fornecemos mais uma motivação. Uma analogia: Há na natureza pedras de magnetita. Estas atraem por sí mesmas o ferro, contudo, se atritarmos magnetita a um pedaço de ferro este também passa a atrair ferro. Nossos alunos são como pedaços de ferro e nós somos como magnetita e é com o ATRITO,
contato, aula e exemplo que tornamos nossos alunos mais inteligentes! Vamos confessar: Quem de nós deduziu sozinho a fórmula de Báskara no ensino médio ou na faculdade? Quem de nós depreendeu sozinho as propriedades dos lantanídeos da tabela periódica? Ou, quem de nós deduziu de per sí a teoria dos sólidos de Platão? Nós apreendemos tudo isso com os gênios do passado e hoje repassamos aos nossos pupilos... Isso nos torna menos inteligentes? Claro que não! Gênios sempre haverão. Aprender com eles e ensinar o que eles descobrem é nossa função. Não podemos dizer que nossa escola forme gênios por que - estes sim– são singulares, MAS, podemos defender, sem medo, que ensinamos inteligência!


Como se deve então estudar?

Estudar é esforço pessoal e intransferível. É o córtex do estudante que recebe a informação. É refletindo sobre o conteúdo, questionando, descobrindo por sí mesmo, que as conexões, as sinapses (ligações entre neurônios) vão se formando no hipocampo e quanto melhores elas forem, melhor a qualidade da
cópia que irá para o córtex. Um caderno é essencial. Quando o estudante escreve COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS um conceito apreendido ele se torna proprietário deste saber. Mas vale uma ressalva: Reter palavras não é o mesmo que reter conceitos! Palavras expressam conceitos, MAS são só suas expressões. Nós as usamos para comunicar e interpretar conceitos. É muito comum alunos decorarem palavras e repeti-las nas provas dando a impressão que compreenderam os conceitos quando, na triste verdade, só repetem palavras e é necessário aplicar estratégias para detectar tal erro. Os novos tipos de exames, como o ENEM ou vestibulares detectam isso.


Relato de um experimento prático =>
A partir da metade do segundo trimestre de 2010 testei a Neuropedagogia. Expliquei a estratégia aos alunos, os convenci que podem se tornar mais inteligentes e lhes cedi os últimos vinte minutos das aulas para que desenvolvessem solitariamente, na minha presença, o Questionário universal. (verso desta folha). Tal questionário é a minha estratégia para ajudá-los a fazer as conexões sobre os conteúdos ensinados. Ao responder as perguntas, O que é? Quem fez? Como fez? Quando? Como? e Porque? O aluno pensa, raciocina e surgem dúvidas e ele pensa mais e busca no texto e reflete de novo... O que percebi foi que alunos interessados mas medíocres tiveram GRANDE melhora em suas notas e grande melhora na retenção. Alunos brilhantes são brilhantes com qualquer sistema ou professor. Alunos desinteressados dificilmente se engajam em qualquer tarefa MAS este método se mostrou VALIOSO para aqueles alunos interessados que precisavam de uma estratégia para estudar (a imensa maioria). Com a melhora da nota se vê claramente que os índices de qualidade melhoram no geral. Tal questionário é útil para fixar os conceitos nas disciplinas onde os conceitos exigem reflexão, ou seja, praticamente todas.

Mãos a obra, 

AUTOR : Professor Marco André =>  Filosofia e projetos

fonte de pesquisa: http://www.faetec.rj.gov.br/eeefvm/images/neuropedagogia_professores.2.pdf

LIVROS PARA CLÍNICA PSICOPEDAGOGICA

Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação
Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação



Jorge Visca

O objetivo geral das técnicas projetivas psicopedagógicas aqui expostas é estudar as redes de vínculos que um sujeito estabelece em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo.


Em cada um desses domínios - com diferenças individuais - é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem um vínculo: neste caso o vínculo de aprendizagem.

Um nível inconsciente, no qual um conjunto de conteúdos não é reconhecido e, apesar de sua tentativa de emergir no campo pré-consciente ou consciente, permanece ignorado. Um nível pré-consciente, cujos conteúdos e mecanismos, sem ser estritamente inconscientes, fogem do campo da consciência, mas podem ter acesso ao mesmo. e um nível consciente, no qual os conteúdos e mecanismo, as percepções internas e externas são conhecidas e representadas em pensamentos, palavra, desenhos, etc.


Lic. Silvia Cora Schumacher
Sumário:
Nota da tradutora
Prólogo
Prefácio da segunda edição
Agradecimentos

Prólogo das pautas gráficas para a interpretação das técnicas projetivas psicopedagógicas

INTRODUÇÃO
As técnicas projetivas
Técnicas projetivas psicopedagógicas
As posições na folha
Advertência
Primeira parte

VÍNCULOS ESCOLARES

1. Par educativo
2. Eu com meus colegas
3. A planta da sala de aula

Segunda parte

VÍNCULOS FAMILIARES
1. A planta da minha casa
2. Os quatro momentos do dia
3. Família educativa
Terceira parte

VÍNCULOS CONSIGO MESMO
1. O desenho em episódios
2. O dia do meu aniversário
3. Em minhas férias
4. Fazendo o que mais gosto
A PROPÓSITO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS
Post-scriptum

Bibliografia

Biografia


Jogos, quebra-cabeças, enigmas e adivinhações

Jogos, quebra-cabeças, enigmas e adivinhações


Marcos Teodorico P. de Almeida

Os jogos e as brincadeiras escolhidos aqui podem ser utilizados em diversos espaços físicos (abertos ou fechados), podendo haver a participação de um ou de vários jogadores, tanto no papel de participante quanto no de orientador, prestando ajuda aos colegas. Os jogos podem ser utilizados em diversos ambientes: comunidade, escola, clube, ônibus turísticos, hotéis, colônia de férias, brinquedotecas, trabalho etc.


Sumário:

1- Jogos e brincadeiras
2- Segredos e soluções


IAR - Instrumento de avaliação do repertório básico para a alfabetização
IAR - Instrumento de avaliação do repertório básico para a alfabetização


Caderno de respostas

Sérgio Antônio da Silva Leite
Caderno de respostas utilizado para aplicação do IAR - Instrumento de avaliação do repertório básico para a alfabetização.


Consulte o produto IAR - Manual de aplicação e avaliação.


O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica

O diagnóstico operatório na prática psicopedagógica


Jorge Visca
Logo nas primeiras páginas da obra "O Diagnóstico Operatório na Prática Psicopedagógica", Jorge Visca propõe um aprendizado que não se restringe aos domínios escolares; como base para este raciocínio o autor introduz o Método Clínico como caminho de pesquisa na área da saúde, juntamente com o Método de Piaget no diagnóstico e tratamento psicopedagógico.


Visca explica como aplicar o Método de Piaget desde o início da investigação do problema, passando por estratégias durante a entrevista, análise de comportamento, alternativas de condução para cada paciente, até a correta interpretação dos resultados coletados. Este conteúdo introdutório é fundamental para o entendimento dos capítulos subseqüentes, pois englobam procedimentos para avaliação, em crianças, da percepção de quantidades, proporção espacial, volume, comprimento, quantidades de massas e líquidos constantes em diferentes formatos, igualdade de pesos em formatos e materiais diferentes (conceito de continuidades) e proporção espacial.

Visca indica as perguntas pertinentes em cada situação, elenca materiais utilizados e ilumina o passo-a-passo da aplicação, dividindo os resultados em 3 categorias: não conservador, intermediário e conservador, onde a escala é acompanhada pelo acréscimo etário. Além disso, a obra apresenta o desenvolvimento de critérios para associação e agrupamento de elementos por cor, formato, peso, tamanho e outros; analisa a noção de conjunto – união, intersecção e simultaneidade – e mensura a percepção de referenciais e dimensionalidades.

Em cada capítulo, "O Diagnóstico Operatório na Prática Psicopedagógica" permite protocolos para complementação do estudo. Didática, prazerosa e essencial: a obra de Visca é de tamanha importância e generosidade que permite concluir com o autor que "aprendizagem é a melhor escolha da vida".

Há trintas anos, precisamente, trabalhei com Visca na aprendizagem destes exercícios diagnósticos para avaliar o pensamento dos sujeitos, que com tanta clareza são apresentados nestas páginas. O propósito que teve para fazê-lo, segundo suas palavras, foi destacar a importância do método Clínico-Crítico e as contribuições de base Epistemológica Piagetiana na realização do Diagnóstico Psicopedagógico e suas conseqüentes ações para levar adiante, tanto os tratamentos das dificuldades de aprendizagem, como a elaboração de propostas preventivas das mesmas.

Através destas páginas aprendemos a articulação entre a avaliação do desenvolvimento cognitivo e seus constantes processos de equilibração e a função do Psicopedagogo Clínico, como legítimo mediador, que com sua intervenção desvela o oculto, o ignorado, o imprevisível, o criativo e até o óbvio do processo de aprendizagem que realiza um sujeito.

Jorge Visca nos ensina o perfil do Psicopedagogo Clínico. Junto as suas orientações podemos "aprender a ser" Psicopedagogos e "aprender a fazer Psicopedagogia Clínica. Convido-os a ler este livro e refletir sobre "como ser Psicopedagogo" e aplicarem sua prática o Diagnóstico Operatório interpretado a partir da Epistemologia Genética, sem deixar de observar o trabalho a partir da Epistemologia Convergente.

Lic. Silvia Cora Schumacher

Sumário:
Biografia

Visca por Visca

Prefácio (primeira edição)
Prefácio
Introdução

Desenvolvimento histórico do método clínico

Características gerais e a aplicação do método

Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos

Conservação de superfície

Conservação das quantidades de líquido

Conservação da quantidade de matéria (massa)

Conservação de Peso

Conservação de Volume

Conservação de Comprimento

Mudança de Critério

Quantificação da Inclusão de Classes

Intersecção de Classes

Seriação de Palitos
Espaço Unidimensional

Espaço Bidimensional

Espaço Tridimensional
Citações Bibliográficas

Referências

Coleção Psicopedagogia e psicomotricidade em ação


Coleção Psicopedagogia e psicomotricidade em ação


04 DVDs + 01 livro

Tânia Mara Grassi / Árbila Luiza Armindo Assis / Hermínia Regina Bugeste Marinho / Maria Marta Mazaro Balestra / Moacir Ávila de Matos Júnior / Nei Alberto Salles Filho / Silvia Christina Madrid Finck

Professores e profissionais das áreas de psicologia, pedagogia, educação física e comportamento encontrarão na coleção “Psicopedagogia e Psicomotricidade em Ação” uma temática fundamental para a docência: a Psicopedagogia e a Psicomotricidade.


Além de abordar as concepções e perspectivas epistemológicas Piagetianas, a coleção traz ainda as oficinas psicopedagógicas. A prática de atividades lúdicas em sala de aula torna a aquisição do conhecimento mais prazerosa, enriquecendo a prática pedagógica de muitos educadores.

Conteúdo: 04 DVDs + 01 livro

Títulos DVSs:

DVD 1 - Oficinas Psicopedagógicas

Professores e profissionais das áreas de psicologia, pedagogia, educação física e comportamento encontrarão nesta videoconferência, em uma entrevista concedida por Tânia Grassi à jornalista Paula Ducat, uma temática fundamental para a docência: as oficinas pedagógicas.

DVD 2 - Pedagogia do Movimento: Universo Lúdico e Psicomotricidade

Nesta videoconferência, com título homônimo ao da obra, Hermínia Marinho, Moacir Junior, Nei Salles Filho e Silvia Finck discorrem sobre a temática do lúdico e da psicomotricidade.Entenda mais sobre a pedagogia do movimento nessa conversa descontraída, medida pela jornalista Paula Ducat.

DVD 3 - Influências da Psicanálise na Educação: Uma Prática Psicopedagógica

Árbila Assis utiliza-se de sua experiência utiliza-se de sua experiência como psicopedagoga, pedagoga e psicóloga para traçar um panorama sobre o tema que envolve psicanálise e educação. Por esse viés, procura compreender os elementos que compõem as relações estabelecidas entre educadores e educandos no ambiente escolar, numa valiosa perspectiva de análise psicopedagógica.

DVD 4 - A Psicologia em Piaget: Uma Ponte para a Educação da Liberdade

Maria Marta Balestra expõe nesta videoconferência o rico panorama da psicopedagogia alicerçada pelas concepções e perspectivas epistemológicas piagetianas. Discorre nesta fala com a jornalista Paula Ducat, sobre a almejada educação libertadora e solidária que tanto esperamos no ambiente escolar.

Método Horizontes
Método Horizontes



Sondagem das Habilidades para a alfabetização

Neda Lian Branco Martins

O Método Horizontes - Sondagem das habilidades para a alfabetização destina-se a crianças de 5 a 8 anos, faixa etária compatível com o início da alfabetização formal, dentro da normalidade


Consulte o produto Exercício de aplicação do Método Horizontes.

Sumário:

Histórico
Introdução
Análise da aplicação dos exercícios de motricidade fina e geral
Exercícios gráficos
Vocabulário
Formas
Cores
Estruturas e verbos


O teste do desenho como instrumento diagnóstico da personalidade
O teste do desenho como instrumento diagnóstico da personalidade


Dinah Martins de Souza Campos

Envolve a técnica de aplicação do teste do desenho - House, Tree, Person (HTP) - de John Buck e formas sistematizadas de interpretação do desenho, possibilitando um pronto diagnóstico da personalidade do testado.

Sumário:

Primeira Parte: A importância do Teste do Desenho como Instrumento de Diagnóstico Psicológico / 13

I. Notícia histórica / 13

II. O teste do Desenho como instrumento de determinação do nível mental / 14

III. O teste do Desenho como instrumento de diagnóstico da personalidade / 16



Segunda Parte: Técnica de Aplicação do Desenho para Diagnóstico da Personalidade e Normas de Interpretação / 29

A. Material para Aplicação do Teste / 29

B. Técnica de Administração do Teste / 29

C. Interpretação de alguns aspectos gerais do desenho / 38

I. Localização no papel / 38

II. Pressão no desenhar / 40

III. Caracterização do traço / 41

IV. Simetria do desenho / 42

V. Detalhes no desenho / 42

VI. Movimentos nos desenhos / 43

VII. Tamanho da figura / 44

VIII. Uso da borracha / 45

IX. Riscar o papel / 45

D. Normas para Interpretação do Desenho da Casa / 45

I. Teto / 45

II. Telha / 47

III. Paredes / 47

IV. Porta / 47

V. Fechaduras ou dobradiças / 48

VI. Janelas / 49

VII. Cortinas ou postigos ou persianas / 50

VIII. Chaminé / 50

IX. Perspectiva da casa / 52

X. Linha representativa do solo / 53

XI. Acessórios do desenho da casa / 53

E. Normas para Interpretação do Desenho da Árvore / 55

I. Interpretação geral do desenho da árvore / 56

II. Tronco / 58

III. Raiz / 63

IV. Copa / 65

V. Flores / 70

VI. Galhos ou ramos / 71

VII. Folhas / 76

VIII. Frutos / 76

IX. Outros acessórios / 76

X. Impressão de conjunto da árvore / 77

XI. Idade atribuída à árvore / 79

XII. Árvore apresentada como morta / 80

F. Normas para Interpretação de Aspectos Gerais do Desenho da Figura Humana / 81

I. Proporção entre os desenhos feitos / 81

II. Posição da figura desenhada / 82

III. Transparência nas figuras / 83

IV. Figuras cabalísticas / 83

V. Figuras grotescas / 83

VI. Figura não inteira / 83

VII. Sucessão das partes desenhadas / 84

G. Normas para Interpretação Especifica de cada Parte da Figura Humana Desenhada / 85

I. Cabeça / 85

II. Rosto / 86

III. Olhos / 86

IV. Sobrancelhas e pestanas / 87

V. Cabelos / 88

VI. Bigode e barba / 89

VII. Óculos / 90

VIII. Nariz / 90

IX. Boca / 91

X. Orelhas / 92

XI. Queixo / 93

XII. Pescoço / 93

XIII. Ombros / 94

XIV. Costelas / 94

XV. Braços / 95

XVI. Mãos / 96

XVII. Dedos / 97

XVIII. Unhas / 98

XIX. Anéis nos dedos / 98

XX. Cintura / 98

XXI. Pernas / 98

XXII. Pés / 99

XXIII. Tronco / 100

XXIV. Roupas / 101

XXV. Colarinho / 101

XXVI. Cinto e calças / 102

XXVII. Elementos acessórios / 102

XXVIII. Nus / 103

H. O Desenho da Família / 103

I. Objetivos / 103

II. Dados a se registrar, na aplicação do teste / 103

III. Normas para interpretação do desenho da família / 104

IV. Normas para interpretação dos traços do desenho da família / 104

I. Causas Encontradas por Emanuel F. Hammer / 106

J. Alguns Comentários de A. Abraham sobre as Técnicas de Interpretação do Desenho da Figura Humana de Machover e Buck / 106

K. Significação das Cores / 107

I. Quanto à variação / 107

II. Quanto à intensidade e freqüência no uso das cores / 108

III. Simbolismo quanto à disposição das cores / 109

Bibliografia / 110





FONTE DE CONSULTA: https://clickbooks.websiteseguro.com/product_info.php?products_id=1577&osCsid=7lmhbrjl6u19icc2g0kiipq6b2

Instrumento de diagnóstico e intervenção.

lIVROS


Cloze

Cloze

Um instrumento de diagnóstico e intervenção
Acácia A. A. dos Santos / Evely Boruchovitch / Katya L. de Oliveira
A compreensão em leitura é uma habilidade importante tanto para o sucesso na escolarização formal como para o exercício pleno da cidadania. Este livro coloca em foco a técnica de Cloze como ferramenta que permite tanto o diagnóstico quanto a intervenção nas dificuldades associadas à leitura, possibilitando, assim, colaborar eficazmente com a melhoria das práticas pedagógicas.

Sumário:
Prefácio
Apresentação

Parte I
Capítulo 1 - Proficiência em leitura: um panorama da situação
Capítulo 2 - A técnica de cloze na avaliação da compreensão em leitura
Capítulo 3 - Pesquisas com o teste de cloze no Brasil
Capítulo 4 - Estudos com o sistema orientado de cloze para o ensino fundamental

Parte II
Capítulo 5 - Leitura e desempenho escolar em alunos do ensino fundamental
Capítulo 6 - Compreensão em leitura no ensino médio: análise de acertos por item
Capítulo 7 - O teste de cloze e o desenvolvimento perceptomotor no início da escolarização
Capítulo 8 - Maturidade perceptomotora e compreensão em leitura: um estudo correlacional
Capítulo 9 - A técnica de cloze e o jogo de regras: construindo relações e conhecimentos
Capítulo 10 - Desempenho em leitura e suas relações com o contexto familiar
Capítulo 11 - Eficiência de um curso de português no desenvolvimento da leitura e escrita



TCLPP - Teste de competência de leitura de palavras e pseudopalavras

TCLPP - Teste de competência de leitura de palavras e pseudopalavras

Caderno de aplicação
Alessandra Gotuzo Seabra / Fernando César Capovilla
O Caderno de Aplicação do TCLPP normatizado e validado para o Ensino Fundamental consiste de oito itens de treino e de 70 itens de teste, cada qual composto de figura e palavra ou pseudopalavra associada. A tarefa é circundar as palavras corretas em termos ortográfico e semântico, e cruzar as palavras incorretas em termos ortográficos (i. e., psudopalavra) ou semânticos (i. e., palavra associada à figura incompatível com ela).


O produto é composto de um kit com 05 cadernos de aplicação.

Caderno para ser usado na aplicação do Teste de competência de leitura de palavras e pseudopalavras.


EAVAP-EF - Escala de avaliação das estratégias de aprendizagem para o ensino fundamental

EAVAP-EF - Escala de avaliação das estratégias de aprendizagem para o ensino fundamental

Kit completo
Katya Luciane de Oliveira / Evely Boruchovitch / Acácia Aparecida Angeli dos Santos

A EAVAP-EF avalia as estratégias cognitivas e metacognitivas de aprendizagem relatadas e empregadas por alunos do ensino fundamental. Pode ser empregada no diagnóstico psicoeducacional de crianças do ensino fundamental ou de pessoas do mesmo nível de escolaridade que demonstram dificuldades para estudar e aprender. É de fácil manipulação por parte do aplicador e de fácil entendimento por parte dos avaliados.


Conteúdo:
01 Manual
01 Bloco de Folha de Resposta (c/ 25 fls)
01 Crivo de Correção


TDE - Teste de desempenho escolar

TDE - Teste de desempenho escolar


Kit completo
Lilian Milnitsky Stein
O Teste de Desempenho Escolar (TDE) foi desenvolvido a partir da moderna metodologia de construção de instrumentos, que emprega itens em escala. O TDE é um instrumento psicométrico que busca oferecer de forma objetiva uma avaliação das capacidades fundamentais para o desempenho escolar, mais especificamente da escrita, aritmética e leitura.Indica de uma maneira abrangente, quais as áreas da aprendizagem escolar que estão preservadas ou prejudicadas no examinando.




O TDE é composto por três subtestes:



1. Escrita: escrita de nome próprio e de palavras isoladas apresentadas sob a forma de ditado;

2. Aritmética: solução oral de problemas e cálculos de operações aritméticas por escrito;

3. Leitura: reconhecimento de palavras isoladas do contexto.



Faixa de Utilização: O teste foi concebido para a avaliação de escolares do 2º ao 6º ano do ensino fundamental, ainda que possa ser utilizado com algumas reservas para a 8º e 9º anos. Cabe ressaltar que o processo de concepção do TDE está fundamentado em critérios elaborados a partir da realidade escolar brasileira, visando preencher a lacuna existente de instrumentos de medição psicopedagógicos validados e padronizados para o nosso país.

Conteúdo:

- 01 Manual para aplicação e interpretação

- 05 Cadernos de aplicação

- 01 Ficha do examinandor para o subteste de Leitura

- 01 Crivo para correção do subteste de Aritmética

- 01 Ficha do examinador para a aplicação do subteste de Escrita


Jogo de areia

Jogo de areia



Intervenção psicopedagógica à luz da teoria piagetiana...

Teresa Messeder Andion


O Sandplay é um método psicoterapêutico criado em 1954 por Dora Kalff, analista junguiana. O nome Sandplay foi traduzido para Jogo de Areia por terapeutas brasileiros da mesma linha teórica. O método criado por Kalff consta de duas caixas de areia: uma seca e uma molhada e uma variedade de objetos de miniaturas. As caixas possuem medidas padronizadas. Convida-se o paciente a brincar com as areias, a construir cenários e, neste momento, inicia-se a construção do pensamento.




Esta obra mostra a criação de um novo instrumento de intervenção psicopedagógica, uma construção de conhecimento que faz sentido, que traz significados para o paciente e para a prática do psicopedagogo.



A autora desenvolveu este trabalho de pesquisa com o objetivo de construir uma integração entre o método psicoterapêutico junguiano do Jogo de Areia e o método clínico piagetiano para trabalhar com crianças e adolescentes em atendimento psicopedagógico clínico. O sujeito constrói cenários em uma das caixas de areia molhada ou seca. Estas construções expressam a condição cognitiva e afetiva que o sujeito possui naquele momento e adquire a possibilidade de desenvolver o seu pensamento de forma lúdica, trabalhando, assim, as dificuldades de aprendizagem.





Sumário:



Apresentação

Prefácio

Capítulo 1 - Minha trajetória

Capítulo 2 - Sandplay: a busca histórica de um referencial

Capítulo 3 - O Instrumento Caixa de Areia

Capítulo 4 - A Psicopedagogia Psicopedagógico: Jogo de Areia

Capítulo 5 - O Jodo de Areia e a Fundamentação Teórica Piagetiana

Capítulo 6 - A Intervenção Psicopedagógica no Jodo de Areia

Considerações finais

Referências

 
Matemática em minutos


Matemática em minutos



Atividades fáceis para crianças de 4 a 8 anos

Sharon MacDonald
Esta envolvente e animadora introdução aos primeiros conceitos matemáticos será infalível com crianças pequenas. Cada capítulo começa com atividades mais fáceis e avança para atividades mais difíceis. Muitas das atividades têm a sugestão “Aumente um nível” para crianças que gostam de desafios.


As atividades usam materiais simples de obter, disponíveis em qualquer sala de aula. Este livro também traz dicas e idéias que beneficiarão professores novos e experientes.


Sumário:

Capítulo 1. Ensinar matemática? Eu?

Capítulo 2. Senso numérico e numeração

Capítulo 3. Cálculo e estimativa

Capítulo 4. Medida, seriação, tempo e dinheiro

Capítulo 5. Geometria e senso espacial

Capítulo 6. Separação, classificação, construção de gráfico, análise de dados e probabilidade

Capítulo 7. Padrões e relações entre números

Capítulo 8. Resolução de problemas e raciocínio

Capítulo 9. Juntando tudo: uma unidade de estudo de pizza

Apêndic



FONTE DE PESQUISA:
https://clickbooks.websiteseguro.com/product_info.php?products_id=1795&osCsid=7lmhbrjl6u19icc2g0kiipq6b2

sexta-feira, 27 de maio de 2011

'Fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional'.

A psicopedagoga Nadia Aparecida Bossa fez estudos com estudantes da rede pública de São Paulo (Foto: Divulgação)

20/05/2011 15h40 - Atualizado em 23/05/2011 15h18


'Fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional', diz especialista

Pesquisa aponta que só 25% saem da escola sabendo ler e escrever.

Psicopedagoga Nadia Bossa participa de grupo de atendimento no HC.
 
‘Doutora, meu filho vai à escola todo dia, mas ele não consegue aprender nada!’ Ouvir queixas como essa faz parte da rotina do grupo de pesquisa de neuropsicologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo onde trabalha a psicopedagoga Nadia Aparecida Bossa. Ela recebe diariamente crianças e adolescentes encaminhados por escolas da rede pública com dificuldades de aprendizagem. Famílias de baixa renda levam os estudantes que não conseguem ler, escrever ou fazer as quatro operações matemáticas para que os especialistas consigam descobrir o que está atrapalhando o desenvolvimento cognitivo do aluno. “A demanda é muito grande”, diz a especialista.


A dificuldade em aprendizagem muitas vezes vai além dos problemas da criança. O fracasso escolar, na avaliação da doutora Nadia, é o fracasso do próprio sistema de ensino. Com mestrado em psicologia da Educação pela PUC de São Paulo e doutorado em psicologia e educação pela USP, a psicopedagoga coordenou uma pesquisa feita durante cinco anos nas escolas públicas de São Paulo. O grupo de pesquisadores buscava saber as causas da dificuldade de aprendizado escolar para estabelecer prioridades de mudanças na política educacional. O estudo revelou que de cada quatro alunos que concluem o ensino fundamental, três saem do ensino fundamental sem saber ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas (adição, subtração, divisão e multiplicação).
 
Nadia Bossa vai apresentar na 18ª Educar, o congresso internacional de educação, aberto nesta quarta-feira (18), no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, alguns resultados de sua pesquisa em uma palestra sobre o fracasso escolar.


Em entrevista ao G1, ela diz que os problemas de aprendizagem revelam uma “infecção” no sistema educacional que, como tal, precisa ser tratado.
 
 

O que a neurociência nos ensina sobre o aprendizado?


O ensino fundamental acontece numa fase da vida da criança que biologicamente temos todas as possibilidades de aprendizado. Uma vez superada esta idade tudo o que se construir não terá o efeito na constituição cerebral. Estamos perdendo o melhor momento do desenvolvimento da criança, que é dos 4 aos 14 anos. Se isso não acontece na idade adequada, estamos limitando a inteligência do povo. Se não usarmos os nossos neurônios nas atividades requeridas pelas atividades acadêmicas estas ligações não vão acontecer, e na vida adulta vamos ter de conviver com uma população com capacidade de raciocínio limitada.
 
Estudantes em sala de aula (Foto: TV Globo/Reprodução)

Como qualificar um fracasso escolar?


A autonomia intelectual que a escola deveria garantir ao aluno não existe. A gente observa que os alunos concluem ensino fundamental e médio sem condições de fazer a leitura de um texto simples. Eles não compreendem as quatro operações fundamentais de forma que elas possam ser utilizadas na vida cotidiana. O que a gente aprende na escola nada mais é que a vida escrita em uma outra linguagem. Não saber interpretar este esquema de representação desvincula a escola da vida. O que se aplica na escola não se aplica na vida, o que se aprende na vida não serve para interpretar na escola. Está aí o grande fracasso. E isso piora a cada ano. Quando se eliminou a questão da reprovação, os alunos e professores não tinham mais instrumento numérico para avaliar a questão da aprendizagem, a coisa foi se agravando. Tirou-se a reprovação e não se colocou outro instrumento. Quem concluiu o ensino fundamental em grande parte sai da escola sem sequer saber ler e operar de verdade as quatro operações fundamentais. Então podemos dizer que o fracasso escolar é o fracasso do sistema educacional. É um sintoma que revela que a educação brasileira vai de mal a pior.


E de quem é a culpa pelo fracasso? Do aluno, da escola ou dos pais?


Em vez de fracasso, prefiro dizer que a responsabilidade pelo sucesso de uma criança na escola é dos nossos governantes e das famílias naquilo que teriam como direito de exigir dos governantes.

Quais as principais causas para o fracasso de um aluno na escola?


Um grande número de alunos que estão concluindo o ensino fundamental sem condições de ler e escrever e operar as quatro operações tiveram interferência por variáveis que vão desde a qualidade do ensino, e esta questão é a primordial, aliado à desestrutura familiar, muito mais decorrente de fatores socioeconômicos e, em uma escala menor, de problemas de saúde física, emocional. Problema emocional, cognitivo e pedagógico tudo misturado. Para um aluno ter um desempenho razoável na escola são necessários desde a alimentação saudável até ter a condição emocional e cultural para levar a escola com a devida seriedade. Temos crianças mal alimentadas, famílias desestruturadas, um tremendo equívoco da função da escola pela população. Muitas vezes nem mesmo os professores sabem qual é o objetivo e o porquê de ter determinados conhecimentos. Família e estudantes também não sabem para que serve todo aquele conteúdo. A pessoa se pergunta: “Por que preciso saber história, geografia, equação?”. São tantos outros apelos na vida, existem tantas outras coisas interessando as crianças e adolescentes, que fica difícil para escola e o conhecimento tomar um lugar de destaque na mente do jovem.

A parceria entre escolas e família é fundamental. Mas como uma escola pode ser parceira de todas as famílias de centenas de alunos?

A escola deveria se aproximar mais das famílias. É preciso que alguém ensine porque os pais precisam respeitar o professor, dar a devida importância para as tarefas escolares, ensinar os filhos a terem cuidado com o patrimônio das escolas, e sobre a importância dos livros. Se os pais não sabem, eles não vão saber por que fazer e como fazer. Muitas vezes o professor diz para os pais que o filho está tendo problemas de aprendizagem. Mas os pais não sabem o que fazer. Um responsabiliza o outro. Além disso, as políticas educacionais vêm de cima para baixo sem uma base segura. Quem ocupa os cargos mais importantes politicamente na educação nunca é um educador, mas um advogado ou economista, que certamente não tem a sensibilidade, percepção e visão de um educador.
 
 
Pesquisa mostrou que estudantes saem da escola sem saber ler e escrever (Foto: TV Globo/Reprodução)

E o professor, o que pode fazer?


Percebemos que muito professor não tem o devido conhecimento na área à qual ele é formado e devia ser especialista. E, para piorar, tem a questão da inclusão. Eles têm dentro de sua sala de aula os alunos de inclusão portadores de algum tipo de transtorno, que têm direito à educação. Mas o professor precisa de assistência para isso, e muitas vezes isto não acontece. E além do conteúdo didático o professor precisa tratar de temas transversais (como bullying, alimentação saudável, diversidade, violência no trânsito), que teoricamente teriam de estar preparados para isto também.

Um projeto de lei quer aumentar a carga horária escolar em mais 20%, e exigir frequência mínima de 80%. Na sua opinião isso vai melhorar a educação? O problema afinal é quantidade ou qualidade do ensino?

O problema é a qualidade. É muito bom que se aumente a quantidade de horas, mas isto deveria acontecer depois de melhorar muito a qualidade do que se ensina a escola. Do que adiante mais tempo para ficar na escola sem nada aprender? O professor fica mais tempo envolvido em uma tarefa para a qual ele está preparado.

Qual seria o caminho para melhorar este quadro?

A primeira coisa é fazer este alerta, conscientizar o povo usando todos os espaços para fazer um retrato verdadeiro da situação da nossa escola e identificando alguns dos maiores problemas quem sabe se consegue mudar alguma coisa. Se o fracasso escolar é um sintoma dos nossos tempos do nosso país e este sintoma, como uma febre, indica uma infecção, também indica uma doença do nosso sistema educacional que se não tratada em breve vai inviabilizar a possibilidade de crescimento do nosso país. O que se estuda sobre educação e o que se pesquisa nunca sai de dentro da universidade porque quem ocupa os postos de grandes tomadas de decisões não são os grandes estudiosos e pesquisadores.




Paulo Guilherme


Do G1, em São Paulo
FONTE DE PESQUISA: http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2011/05/fracasso-escolar-e-o-fracasso-do-sistema-educacional-diz-especialista.html

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Neuropedagogia: o estágio neuropedagógico.


O neuropedagogo é o profissional que vai integrar à sua formação pedagógica o conhecimento adequado do funcionamento do cérebro, para melhor entender a forma como esse cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as sensações captadas pelos diversos elementos sensores para, a partir desse entendimento, poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as crianças e, principalmente, aquelas com características cognitivas e emocionais diferenciadas.




O neuropedagogo terá que estar em busca constante dos necessários conhecimentos sobre as anomalias neurológicas (da neurologia), psiquiátricas (da psiquiatria), neuróticas (da psicanálise) e comportamentais (da psicologia) existentes, para desenvolver seu trabalho de acompanhamento pedagógico, desenvolvimento cognitivo e harmonização emocional das crianças que apresentem os sintomas dessas anomalias.



O profissional de neuropedagogia, portanto, é um dos elementos mais importantes para as instituições que desejam desenvolver um verdadeiro e harmonioso processo ensino-aprendizagem.



A primeira etapa de seu estágio, que na realidade será uma amostra do trabalho que desenvolverá, consiste na identificação das crianças que apresentem tais sintomatologias para escolher a que será acompanhada.



Escolhida a criança, o registro de todo o acompanhamento deve ser feito desde o início, com uma anamnese a mais completa possível. Isso deve ser efetuado por meio de entrevista com a criança ou: por observação própria; por exame de relatório de professores e coordenadores; pela leitura de laudos médicos; por entrevistas com os familiares e todos os que com ela convivem e todos os demais meios que estiveram à sua disposição.



Cópias dos laudos médicos devem fazer parte dessa pasta. Entre os detalhes a observar estão as suas características cognitivas, emocionais, psíquicas e comportamentais.



A segunda etapa consiste na análise de todas as habilidades e possibilidades já desenvolvidas pela criança. Para essa etapa há necessidade de se preparar os pais, familiares, professores e todas as pessoas que lidam com a criança, incluindo os médicos, para o que chamamos de observação positiva.



Normalmente observamos que todos comentam apenas as deficiências e as dificuldades da criança, fazendo comparações com as crianças consideradas normais. Para o trabalho neuropedagógico precisamos apenas dos aspectos positivos de seu comportamento e habilidades, já que todo trabalho se baseia no desenvolvimento dessas habilidades do estado em que estiverem.



Assim sendo todos os entrevistados devem ser orientados a relatar apenas todas as habilidades que já foram observadas nessa criança, ignorando suas deficiências ou inabilidades.



Laudos médicos devem ser vistos pela sua parte positiva, mesmo que tenhamos que solicitar daqueles profissionais uma nova análise da criança. O profissional médico precisa estar ciente de que as anomalias, as dificuldades e as impossibilidades só interessam à medicina para efeito de tratamento.



O processo de acompanhamento neuropedagógico só leva em consideração as possibilidades e habilidades da criança, já que todo o trabalho parte da identificação e desenvolvimento dessas habilidades para que, a partir delas, tenha início o caminho de sua recuperação plena e integração ao grupo social de forma produtiva.



A terceira etapa prevê o contato com o médico, com o psicólogo, com o psicanalista ou com o fonoaudiólogo, caso isso seja possível. Em algumas cidades do interior essa etapa não terá condições de ser realizada. O neuropedagogo deve apresentar-se para discutir com esse profissional alguma sugestão de acompanhamento que possa vir a auxiliar o tratamento neurológico, psiquiátrico, psicológico, psicanalítico ou fonoaudiológico que está sendo realizado.



A partir dessas três etapas iniciais o neuropedagogo inicia o trabalho de acompanhamento terapêutico sempre voltado para a orientação dos pais e professores na forma correta de se conseguir o seu desenvolvimento cognitivo, emocional e comportamental, colocando em prática os ensinamentos absorvidos durante os módulos e, principalmente, em debates e estudos em grupo ou individuais realizados com base no aprendido.



É importante que durante todos os momentos desse acompanhamento o neuropedagogo e todas as pessoas envolvidas com a criança estejam conscientes de que cada criança deve ser vista como um ser humano diferente de todos, quase um extra-terrestre, cujas características não podem e não devem ser comparadas às de nenhuma outra criança. A observação deve ser feita com base no aprendizado de suas características como sendo únicas no mundo. As únicas comparações permitidas são entre a criança hoje e ela mesma ontem, para efeito de análise da eficácia do processo neuropedagógico. Todo resultado positivo alcançado pela criança, por menor que seja, deve ser verdadeiramente “sentido com alegria” pelo neuropedagogo e por todos os que a acompanham.



Registro:



O acompanhamento da criança ou do adolescente deve estar sendo registrada desde o primeiro encontro, enfatizando-se cada mínima habilidade detectada, a forma de estimular seu desenvolvimento a os resultados positivos alcançados, por menores que sejam.



Ads by Google

Doutorados - Mestrados -

ESLA - 0800 052 8800 - Jan e Julho Área Saúde - Educ - Dir - Adm.

www.esla.com.br

Neuropedagogia: Incrementando a fixação dos conteúdos e ensinando inteligência.


O que é Neuropedagogia?

É a reestruturação da prática docente e discente em função das novas descobertas acerca do Modus Operandi do aparelho cognitivo humano. Seu entendimento e implementação permitem, ao mesmo tempo, (1) compreender as razões do sucesso de vários países na retenção dos conteúdos em seus alunos,
(2)explicar porque alunos brasileiros tem retenção tão inferior e
(3) articular uma práxis que aproxime nossos resultados dos obtidos nas melhores escolas.

Como se estrutura o aparelho cognitivo?

O encéfalo, nosso aparelho cognitivo, forma um todo complexo pouco compreendido, entretanto, o pouco sabido é suficiente para incrementar nossas práticas escolares. Pode-se didaticamente dividi-lo em três partes: o cerebelo (1), o sistema límbico (2) e o córtex (3). O cerebelo (1) é a parte do encéfalo responsável por estruturar os comandos mecânicos de nosso corpo. Quando aprendemos a falar, a escovar os dentes ou andar de bicicleta é este sistema que recebe as instruções que programam sua rede de neurônios, instruções estas difíceis de serem implantadas MAS que depois jamais são esquecidas. O sistema límbico (2) se compõe do hipotálamo, tálamo, amígdalas e hipocampo. Pode ser entendido como um cérebro réptil completo em sí mesmo. A evolução fez com que fosse somado a este cérebro réptil um córtex capaz de dar suporte as capacidades humanas superiores e manteve este cérebro primitivo atribuindo-lhe vários papéis instintivos além da função essencial de reter as informações colhidas durante o dia. Instintos básicos como o medo e a decisão de lutar ou correr diante de uma ameaça são gerenciados pelas amígdalas e hipotálamo, já o hipocampo perfaz a memória que registra os dados colhidos diurnamente. É no córtex (3) onde se registram definitivamente o que se aprendeu durante o dia. Diversos casos clínicos, como o das irmãs-lobas Amala e Kamala ou como o do sujeito acidentado que esquece o que aprendeu minutos atrás forneceram as pistas de como funciona a aprendizagem.

Como funciona na prática o aparelho cognitivo?

O córtex, embora possa reter informação equivalente a de milhares de PCs de ultimo tipo não consegue gravar dados durante o dia. Ou ele se deixa ler ou ele se deixa gravar. Aqui se faz analogia com os computadores MAS tal analogia é só aproximação porque nos PCs separam-se dados e processamento e no córtex todo o processo é integralizado, dados e processamento ocupam a mesma rede neuronal. Mas como não se pode gravar no córtex durante o dia, para onde vão os dados? É no hipocampo que guardamos as informações durante o dia. Este se assemelha neuronalmente ao córtex, ocorre contudo que seus dados são COPIADOS para o córtex todas as noites durante os sonhos e o hipocampo é depois apagado. Uma vez no córtex, os dados ficam retidos para sempre... Freud já defendia que não existe esquecimento o que existe é não-lembrança... Esquecer é na verdade não lembrar. Prova-se esta asserção pelo simples fato de se conseguir lembrar de coisas em situações especiais ou ainda sob hipnose (então o dado não foi apagado...). Mas como fazer com que uma informação seja transferida para o córtex?
Ao contrário do cerebelo, onde escolhemos exatamente o que queremos gravar, no córtex o sistema que copia do hipocampo para ele é inconsciente! O critério de escolha do que se copia é dado pela “profundidade” das marcas deixadas no hipocampo. Estas podem ser mais “marcantes” se tiverem uma emoção qualquer associada (lembram das piadas?) ou então se fizermos deliberadamente marcas mais fortes em certos saberes simplesmente os ESTUDANDO! Quando se estuda, quando se lê e se busca compreender um dado conceito, o esforço empregado atribui um certo valor que o sistema inconsciente de cópia RECONHECE como importante e o copia. O truque então é simples: Basta que o aluno ESTUDE no mesmo dia da aula o que lhe foi ensinado! Tem de ser no mesmo dia para que o conteúdo da aula dada esteja no hipocampo. O problema aqui é fazer com que o alune estude...

Como convencer nosso aluno a estudar?

 Não se consegue ensinar alguém desmotivado. Os alunos já sabem que precisam ser independentes, trabalhadores, úteis e remunerados para, futuramente, levar sua própria vida. Essa estratégia funciona? Para muitos funciona, mas não para todos. Muitos estão ainda muito imaturos para entender esses argumentos ou muitos contam com um apoio familiar que julgam infinito. Há também o reforço negativo. As ameaças, a negação de coisas, de viagens e etc. Funciona? Para muitos funciona. Mas não para todos. Enfim, não é possível afirmar que a mesma MOTIVAÇÃO funcione para todos, dai ter MAIS um tipo de motivação é útil por ampliar nosso leque de opções.

Inteligência pode ser ensinada?

Foi crença comum que a inteligência de cada pessoa fosse um dom individual e estático. Tal crença se baseava em certas proposições daPsicologia tradicional e no senso comum. Eu também – confesso – pensava assim, até que o Professor Piazzi me mostrou o oposto e fui investigar. Inteligência pode ser
sucintamente definida como: “Capacidade de resolver problemas”. Mas, que tipo de problemas? Qualquer tipo de problemas, seja de ordem material ou espiritual.
Resolver problemas exige memória, poder de análise, poder de síntese, percepção aguda da realidade, imaginação, capacidade de depreender a ordenação em uma realidade E/OU de impor sua própria ordenação a uma realidade caótica. Diante de um mesmo problema pessoas diferentes tem reações diferentes. Alguns saem da situação e outros ficam estáticos sem saber o que fazer OU fazendo - patéticamente - coisas que não resolvem. Vamos dar um exemplo prático: A mãe sai para comprar o
almoço e deixa dois pimpolhos, de 4 e de 7 anos em casa. Ela esconde o pote de biscoito no alto do armário da cozinha e o mais novo assiste a isso imaginando ser um obstáculo intransponível. O mais velho, ao saber disso, simplesmente pega uma cadeira, encosta no armário, sobe no assento, sobe no encosto e pega o pote e os dois se refestelam no chão da cozinha... O mais novo, agora, diante do mesmo problema já sabe o que fazer... Se antes ele não teve inteligência pra resolver o problema, agora ele tem! É óbvio que o mais velho terá sempre mais inteligência/experiência que o mais novo MAS o contato faz com que o mais novo se aprimore... Cada vez que aprendemos algo nos tornamos aptos para resolver MAIS problemas, ora, assim sendo, nos tornamos MAIS inteligentes. Podem objetar essa idéia alegando que o que primeiro resolveu é que é inteligente, o outro só imitou, entretanto, com o tempo, com a experiência, a mente vai depreendendo por sí mesma as estratégias de pensamento empregadas nos exemplos de solução e passa a solucionar por si só.... Observem os exemplos a seguir:

1) 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! 4R4BÉN5!



2) De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Itnereasste não? Não é Aussatosdr o que nsosa mnete é cpaaz de fzaer? Vcêos sbaaim dsiso?

Pensem na vantagem desta concepção: Se adotarmos estratégicamente que inteligência pode ser ensinada, que compomos uma escola de inteligência e que a nossa tarefa é aumentar a inteligência dos alunos fornecemos mais uma motivação. Uma analogia: Há na natureza pedras de magnetita. Estas atraem por sí mesmas o ferro, contudo, se atritarmos magnetita a um pedaço de ferro este também passa a atrair ferro. Nossos alunos são como pedaços de ferro e nós somos como magnetita e é com o ATRITO, contato, aula e exemplo que tornamos nossos alunos mais inteligentes! Vamos confessar: Quem de nós deduziu sozinho a fórmula de Báskara no ensino médio ou na faculdade? Quem de nós depreendeu sozinho as propriedades dos lantanídeos da tabela periódica? Ou, quem de nós deduziu de per sí a teoria dos sólidos de Platão? Nós
apreendemos tudo isso com os gênios do passado e hoje repassamos aos nossos pupilos... Isso nos torna menos inteligentes? Claro que não! Gênios sempre haverão. Aprender com eles e ensinar o que eles descobrem é nossa função. Não podemos dizer que nossa escola forme gênios por que - estes sim– são singulares, MAS, podemos defender, sem medo, que ensinamos inteligência!

Como se deve então estudar?

Estudar é esforço pessoal e intransferível. É o córtex do estudante que recebe a informação. É refletindo sobre o conteúdo, questionando, descobrindo por sí mesmo, que as conexões, as sinapses (ligações entre neurônios) vão se formando no hipocampo e quanto melhores elas forem, melhor a qualidade da cópia que irá para o córtex. Um caderno é essencial. Quando o estudante escreve COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS um conceito apreendido ele se torna proprietário deste saber. Mas vale uma ressalva: Reter palavras não é o mesmo que reter conceitos! Palavras expressam conceitos, MAS são só suas expressões. Nós as usamos para comunicar e interpretar conceitos. É muito comum alunos decorarem palavras e repeti-las nas provas dando a impressão que compreenderam os conceitos quando, na triste verdade, só repetem palavras e é necessário aplicar estratégias para detectar tal erro. Os novos tipos de exames, como o ENEM ou vestibulares detectam isso.

Relato de um experimento prático =>

A partir da metade do segundo trimestre de 2010 testei a Neuropedagogia. Expliquei a estratégia aos alunos, os convenci que podem se tornar mais inteligentes e lhes cedi os últimos vinte minutos das aulas para que desenvolvessem solitariamente, na minha presença, o Questionário universal. (verso desta folha). Tal questionário é a minha estratégia para ajudá-los a fazer as conexões sobre os conteúdos ensinados. Ao responder as perguntas, O que é? Quem fez? Como fez? Quando? Como? e Porque? O aluno pensa, raciocina e surgem dúvidas e ele pensa mais e busca no texto e reflete de novo... O que percebi foi que alunos interessados mas medíocres tiveram GRANDE melhora em suas notas e grande melhora na retenção. Alunos brilhantes são brilhantes com qualquer sistema ou professor. Alunos desinteressados dificilmente se engajam em qualquer tarefa MAS este método se mostrou VALIOSO para aqueles alunos interessados que precisavam de uma estratégia para estudar (a imensa maioria). Com a melhora da nota se vê claramente que os índices de qualidade melhoram no geral. Tal questionário é útil para fixar os conceitos nas disciplinas onde os conceitos exigem reflexão, ou seja, praticamente todas.

Mãos a obra,
 
AUTOR: Professor Marco André => Filosofia e projetos

fonte de pesquisa: http://www.faetec.rj.gov.br/eeefvm/images/neuropedagogia_professores.2.pdf

TDAH na dislexia: uma comorbidade frequente.



Muitas crianças e adultos são criticados por falta de atenção, impulsividade por deixarem tudo largado ou pela metade. É comum tentar explicar estas características como traços de personalidade, irresponsabilidade ou falta de interesse. Mas quando essa falta de atenção, descuido ou adiamento crônico são muito intensos, é possível ser um caso de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).


O TDAH é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparece na infância e pode ou não acompanhar o indivíduo por toda a sua vida. Caracteriza-se principalmente por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. É comum o transtorno apresentar comorbidade com outras doenças ou transtornos, como a dislexia. Em crianças com dislexia, as chances são maiores. Segundo a psicóloga Maria Inez, da Associação Brasileira de Dislexia, até 50% dos casos de dislexia podem ter TDAH.

Para o psiquiatra Mario Louzã, coordenador do Projeto de Déficit de Atenção e Hiperatividade (PRODATH) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a explicação pode estar na gênese das duas doenças. “É possível que ambas tenham uma base neurobiológica comum, ligada à maturação do sistema nervoso central”, explica.


Diagnóstico e tratamento

Assim como na dislexia, o TDAH costuma ser mais reconhecido quando a criança começa a frequentar a escola e a demanda por atenção aumenta. Segundo Louzã, neste período a criança já consegue permanecer sentada por algum tempo e prestar atenção em uma aula. Agora, se a criança apresenta muita inquietação, não conseguindo ficar quieta ou sentada durante uma atividade – seja uma aula ou uma refeição – este comportamento já deve levantar suspeita de TDAH.

Durante o diagnóstico de dislexia também é possível identificar a doença. “Percebemos traços do TDAH quando a criança fica a todo o momento falando o que acontece em volta, olha e pergunta sobre várias coisas ao mesmo tempo e não se lembra do que perguntamos. Ao percebermos sinais dessa hiperatividade, a criança é encaminhada para o neurologista, para fechar o diagnóstico”, explica Maria Inez.

O diagnóstico clínico de TDAH é feito por observação e pelo histórico relatado pela família. “Não existem exames de laboratório capazes de fazer o diagnóstico da doença”, diz o psiquiatra.

Além de medicação, o tratamento do TDAH é feito por meio de outras abordagens terapêuticas que incluem a psicoterapia, psicopedagogia e fonoaudiologia – quando há dislexia associada.



Chances de cura aumentam se tratamento começar na infância


Existem graus mais leves e mais graves da doença, com sintomas mais ou menos intensos. Por este motivo, o TDAH pode ter seu diagnóstico feito tardiamente. Quando o tratamento tem início na infância, as chances de o paciente ter remissão total da doença até chegar à fase adulta são grandes. “Outra parte continua com sintomas e precisa continuar o tratamento”.

Para o disléxico com TDAH, tratar da doença oferece melhor qualidade no aprendizado. “A desatenção causa um prejuízo ainda maior em termos do rendimento geral da criança no aprendizado. Assim, o tratamento auxilia no controle do foco de atenção e melhora a capacidade de leitura da criança. Tanto o tratamento do TDAH quanto o da dislexia demandam não só medicação, mas também as abordagens psicoterápicas complementares”, afirma Louzã.

Estratégias em sala de aula


Os professores também têm um papel fundamental na recuperação da criança para o desenvolvimento do aprendizado. Algumas ações em sala de aula podem auxiliar o aluno.

Atitudes simples como colocar a criança em um local onde ela se distraia o mínimo possível colaboram neste processo. “Ela deve sentar mais à frente, não necessariamente na primeira carteira, mas em um lugar onde consiga ouvir a professora. Deve também ficar no meio da sala de aula – longe da janela e da porta”, diz Inez.

Utilizar assuntos de interesse da criança também facilita. O importante, segundo Maria Inez, é que durante o tratamento a criança tenha percepção de sua condição para progredir. “A criança precisa perceber que ela é desatenta”, conclui.


Fonte: O que eu tenho?

FONTE DE PESQUISA: http://www.enfermagemesaude.com.br/noticia/noticias/3692/tdah-na-dislexia-uma-comorbidade-frequente

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A gaguez, ou tartamudez .

A gaguez na infância
A gaguez na infância


A gaguez, ou tartamudez, como tecnicamente se designa, é um distúrbio da linguagem que afecta cerca de 1 por cento das crianças e 0,8 por cento dos adolescentes.

Caracteriza-se por uma alteração no ritmo da locução, surgindo repetições ou bloqueios. Esta descontinuidade provoca uma ruptura ao nível do ritmo e da melodia do discurso. Embora não se saibam muito bem os motivos, o certo é que os rapazes são mais afectados que as raparigas, e a proporção é de 3 para 1.

Actualmente, constata-se que cerca de 80 por cento das pessoas com gaguez acabam por recuperar de modo espontâneo. Vulgarmente, essa recuperação faz-se até aos 16 anos, idade em que termina a adolescência.
Tipos de gaguez

- A gaguez Clónica caracteriza-se pela repetição de uma sílaba no início da frase ou quando está a pronunciá-la. Há uma repetição compulsiva das sílabas que ficam presas ( por exemplo : Por-Por-Por-Portugal).

- A gaguez Tónica é acompanhada por uma paragem no discurso, impedindo a articulação da palavra. Parece que se tropeça nas palavras. De repente, a palavra em falta explode e a frase completa-se – por exemplo: queres comer, comer, comer, um gelado? A gaguez pode ser acompanhada de movimentos motores como piscar os olhos, tiques e tremores.


- A balbuciação ou titubeação , são também distúrbios que se enquadram na gaguez. O balbuciador possui um pensamento que, por assim dizer, se desenrola mais rapidamente do que é possível verbalizar o que provoca um choque de palavras. Na titubeação, as frases são imperfeitas, incoerentes no modo como se constroem, mas não na sua articulação.


Quando surge?


A gaguez tende a surgir entre os 3 e os 6 anos, mas é mais frequente aos 5 anos. Estas idades constituem por si só, duas fases críticas do desenvolvimento infantil, uma vez que é por volta dos 3 anos que a criança começa a utilizar a linguagem como instrumento privilegiado de comunicação.

O pensamento formal está consolidado e há necessidade de o colocar em prática. A criança experimenta comunicar verbalmente, mas atrapalha-se com as palavras. Estas dificuldades geram ansiedade, que aumenta quando percebe que a mãe também está preocupada por esse motivo.

Por vezes, nos estadios de evolução da linguagem, podem surgir alguns episódios de gaguez, mas que são transitórios. Este facto não deverá constituir um motivo de inquietação para os pais. A situação geralmente resolve-se por si e a insistência em corrigi-la é que poderá provocar uma fixação.

Algumas crianças chegam, inclusive, a manifestar grande receio em falar. As crianças também têm tendência para repetir frases inteiras, o que não deve ser confundido com gaguez.

Aos 6 anos, chega o momento do ingresso na escola primária e há crianças que sofrem intensamente nesta altura, já que são inundadas de sentimentos de abandono. Embora a maioria das famílias opte por colocar os seus filhos no infantário, o certo é que este momento poderá constituir uma situação traumática para as crianças que estiveram sempre com a mãe e que de repente se vêm privadas dela.

O medo do abandono, a fantasia de terem feito algo errado e que estejam por isso a ser punidas, aumenta-lhes a ansiedade a tal ponto que podem surgir sintomas de gaguez.


As causas da gaguez



Alguns estudos em gémeos gagos, levaram autores a afirmar a existência de um factor genético como causa da gaguez. Constatou-se também que, em 34 por cento das situações, existiam outros casos na família.

Tendo por base estes estudos, os cientistas são de opinião que, nos sujeitos do sexo masculino com história de gaguez, as suas filhas têm 10 por cento de hipóteses de também o serem, enquanto que 20 por cento poderão também vir a sofrer deste problema.

Constata-se também que muitos gagos são também canhotos, canhotos contrariados, ou então crianças com dificuldades ao nível da lateralidade isto é, com má coordenação dos gestos.

Estas situações podem ser identificadas em crianças que têm pouca habilidade para enfiar contas, fazer puzzles, recortes, etc. embora inicialmente tudo apontasse para a existência de uma correlação entre a lateralização e as perturbações da linguagem, o certo é que numerosos canhotos jamais apresentam distúrbios ao nível da linguagem.

Um grande número de autores privilegia, de entre os factores desencadeadores da gaguez, a relação mãe-filho, insistindo na relação precoce com a figura materna. A atitude emocional da mãe é vital para estimular o bebé a comunicar, sendo que a qualidade da comunicação depende inteiramente dessa relação e dos estímulos do meio.

Mães ansiosas ou, no pólo oposto, distantes e pouco calorosas poderão desencadear na criança uma ansiedade tal que provocam o surgimento dos primeiro sintomas de gaguez. Frequentemente este tipo de mães assume um comportamento que oscila, de um modo contraditório, entre uma atitude possessiva ou asfixiante e outra de rejeição ou agressão.

Podem num momento ser extremamente carinhosas, mas no momento seguinte a paciência e a disponibilidade deixam de existir, afastando a criança de um modo abrupto. Estas atitudes podem provocar nos filhos uma tal insatisfação que, de entre outros modos, se manifesta por distúrbios ao nível da linguagem.

O adolescente gago


A gaguez tem aborrecidas repercussões na vida social do adolescente. A reacção deste situa-se em dois pólos opostos. Sendo a adolescência, por si só, uma época de grandes conflitos internos, alguns adolescentes quando se vêem perante este problema, tornam-se ávidos de contactos sociais, efectuando uma verdadeira "fuga para a frente".

Outros tornam-se objecto de troça para os seus pares. Este facto provoca-lhes uma baixa auto-estima que poderá conduzir ao isolamento.

Os psicólogos escolares têm constatado que o gago possui muitas vezes um QI superior à média. Contudo, apesar da gaguez não ser um defeito mental, não é por isso que não deixa de constituir uma pesada desvantagem para a adaptação escolar.

É por esse motivo que o atraso escolar médio dos gagos está estimado em um ano e meio. Curiosamente, podemos encontrar uma face positiva na gaguez, quando o adolescente associa automaticamente as proibições paternas ao seu problema.

Deste modo são evitados os conflitos familiares. Mas o que daí pode advir são os benefícios secundários desta patologia, que aqui se revelam numa renúncia no assumir de um comportamento adulto, devido á superprotecção de que é alvo.

O que a família pode fazer


- Não lhe aumente a ansiedade. Fale calmamente, fazendo-a perceber que tem tempo para ouvir a resposta. Não a pressione, só vai fazer com que gagueje mais.

- Mostre-se disponível. Ouça as histórias que ela conta, valorizando sempre que possível, a capacidade que ela tem em observar as coisas. Deste modo, pode transmitir-lhe o quanto gosta de a ouvir e de falar com ela, apesar do seu problema de linguagem.

- Resista à tentação de a interromper, de a ajudar a completar as frases.

- Aumente-lhe o vocabulário e a capacidade de expressão, através da leitura de uma história ao deitar. Sendo um momento em que estão juntos, pode também constituir uma boa ajuda porque estes conhecimentos serão colocados em prática no infantário.

- Evite expô-la a situações complicadas, que lhe provoquem ansiedade. Tente encontrar um equilíbrio nunca caindo na tentação de a superproteger, mas tendo sempre presente que a auto-estima do seu filho está fragilizada e que todos os ataques são muito sentidos. Não permita que a família comente ou goze com esse problema.

- Faça jogos com o seu filho, que incluam canções e versos. A criança gaga reage muito bem a tudo o que é decorado ou entoado com ritmo. Assim, o seu filho sentir-se-á mais preparado quando ingressar na pré-escolar.

Soluções para a gaguez


Existem várias maneiras de abordar este problema:

- Terapia da Fala – para que a linguagem se torne fluída.

- Relaxamento – para que o sujeito aprenda a relaxar-se quando estiver perante situações de grande ansiedade.

- Psicoterapia – isoladamente ou em complemento de outro tipo de intervenção, a psicoterapia revela-se eficaz. Nos adolescentes, as psicoterapias focalizadas nos problemas específicos da crise da adolescência podem ter um efeito muito feliz neste distúrbio. Nas crianças, a psicoterapia é também uma opção a considerar, de modo a libertá-la das suas ansiedades ou conflitos.


Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

Consultórios:
PORTUGAL/ Clínica da Criança - Avenida Jaime Cortesão, 27 b, Miraflores
Telef.: 21 4155850
Para mais informações aceda ao site: www.teresapaulamarques.com
consultório no Sapo : http://psicologiacriancaeadolescente.blogs.sapo.pt/

A criança canhota

A criança canhota

Uma criança canhota é tanto ou mais inteligente que as outras. Importa ajudá-la a adaptar-se a um mundo de objectos construído para os dextros.


Quando alguém está infeliz afirmamos que “acordou com o pé esquerdo”. Certo é que os canhotos nunca tiveram a vida facilitada, já que o mundo está concebido para a maioria, que é dextra.

As maçanetas das portas estão do lado contrário, para usar uma tesoura é necessário apoiar o dedo polegar da mão direita, as facas, os abre-latas, os ratos do computador, instrumentos musicais… tudo está adequado a uma realidade dextra.

Na escola é difícil usar a secretária porque no caso de ter um colega mesmo ali ao lado, vão haver alturas em que dificilmente conseguem escrever, ou desenhar os dois ao mesmo tempo e poucos são os colégios que pensam neste pormenor.


O canhoto na escola


Há uns anos, as crianças eram obrigadas a usar a mão direita e para isso, tanto pais como professores, socorriam-se das mais variadas estratégias. Chegavam a amarrar-lhes a mão esquerda, batiam e davam castigos de forma a desmotivar o seu uso. Acreditava-se que deste modo se poderia combater eficazmente a tendência, como se tudo não passasse de puro e simples capricho infantil.

Pouco a pouco, foi-se mudando um pouco as mentalidades e, hoje sabe-se que um “canhoto contrariado” pode resultar em quadros bastantes mais complexos, como é o caso da Dislexia. Assim, é completamente desaconselhado obrigar uma criança ao uso da mão direita, até porque não tem sentido algum.

Quanto muito o que os pais e educadores podem fazer, é cuidar que os problemas infantis relativos à dificuldade do uso dos objectos dos dextros possa ser minorada, ainda que se constate que os canhotos acabam por adaptar-se perfeitamente à realidade que os cerca já que desenvolvem competências que os colocam em pé de igualdade com os dextros.


Causas



Sabe-se agora que a criança quando nasce já tem a lateralidade definida. Para isso contribuíram as imagens obtidas através de ecografias 3D. No entanto, só quando se inicia o processo de escolarização começa a perceber-se se poderá vir a ser canhota, ainda que muitas vezes surjam indícios que baralham um pouco os pais e os professores.

Por exemplo, é comum que as primeiras letras sejam escritas em espelho (o E, F, B, ) , mas isso não quer dizer nada e só por volta dos 6-7 anos é que a lateralidade está completamente estabelecida.

Os cientistas ainda não conseguiram definir os factores que estão na base desta questão, mas apontam-se motivos de ordem genética, neurológica ou ligados à posição fetal. A nível cerebral tudo se manifesta pela predominância motora de um dos lados do cérebro, mas de uma forma cruzada. Assim, o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo, já o hemisfério direito se ocupa do lado direito. Enquanto que o dextro utiliza mais o lado esquerdo do cérebro, o esquerdino tem o lado direito 11% maior que o esquerdo, portanto a dominação do lado esquerdo é muito mais forte, o que faz com que os canhotos possam também facilmente usar as duas mãos de um modo indiscriminado, ou seja, se tornem ambidextros.

É também sabido que há famílias com alta incidência de preferência pelo uso da mão esquerda, o que soma pontos a favor da teoria genética. As hipóteses de ter uma criança canhota é de 10% quando ambos os pais são dextros, sobe para 20% quando um dos progenitores é esquerdino e aumenta ainda mais (26%) quando são ambos canhotos.

Pode também ficar a dever-se a factores ligados ao posicionamento no útero durante a gravidez. Consta-se que muitas vezes um dos gémeos é canhoto. Além disso, as complicações no parto são também mais comuns entre canhotos, o que se encontra igualmente associado ao surgimento de outras patologias como o autismo, a epilepsia, a paralisia cerebral, sindroma de Down, de entre outros.


Falsos mitos



Como já vimos o canhoto foi muitos anos considerado diferente dos outros e, face ao desconhecimento dos factores que estavam na base dessa diferença as pessoas começaram a associá-la ao sobrenatural. Assim, praticamente todos os Continentes possuem falsas crenças acerca dos canhotos.

Os esquimós e os marroquinos acreditam que ser canhoto significa possuir capacidades de feitiçaria. Nos países islâmicos é proibido comer com a mão esquerda por a considerarem impura. No Irão, o castigo dado aos ladrões passa por lhe amputarem a mão canhota. Mesmo em países mais civilizados, a mão direita é sempre eleita como a preferida. Basta pensarmos, por exemplo, com que mão os católicos executam o sinal da cruz …



Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques


Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

Para mais informações aceda ao site: www.teresapaulamarques.com

Perturbação na atenção, no controlo motor e na percepção (DAMP)

Perturbação na atenção, no controlo motor e na percepção (DAMP)

Pode conduzir a sérios problemas escolares



Trata-se, de um ponto de vista formal, de um conjunto de sintomas e sinais com causas diferentes e pode ter diversas causas. O DAMP é a associação de uma Perturbação da Atenção, a problemas no controlo motor e a problemas da percepção visual.

Para uma adequada formulação do diagnóstico de DAMP, torna-se necessário o envolvimento de uma equipa multi-disciplinar, que integre, no mínimo, um pediatra desenvolvimentalista, um psicólogo e um terapeuta da fala.


Primeiro critério – Défice de Atenção


O primeiro critério de diagnóstico de DAMP está relacionado com o Défice de Atenção (ou desatenção ou falta de atenção), expressa comportamentos como: não prestar atenção aos detalhes, cometer erros na escola ou em outras actividades por desatenção ou descuido; dificuldades em manter a atenção durante as tarefas ou jogos; parecem não ouvir o que se lhes diz, mesmo quando estamos a falar directamente com eles; não seguirem instruções e não terminarem os trabalhos escolares ou as tarefas caseiras.

Podem também revelar grandes dificuldades na organização de tarefas e de actividades; evitarem ou não gostarem de tarefas que requeiram concentração (como trabalhos escolares, em casa ou na escola); perderem objectos importantes ou imprescindíveis a um adequado desempenho em tarefas ou em jogos; frequentemente distraírem-se com estímulos desinteressantes (ex: uma mosca que passa).

Segundo critério - Perturbação do controlo motor



O segundo critério diagnóstico está relacionado com uma perturbação no controlo motor. Esta disfunção, corresponde a uma alteração quantitativa (atraso significativo na aquisição das competências motoras) ou qualitativa (desajeitamento ou falta de destreza na execução de movimentos) dos desempenhos motores.

Estas manifestações variam consoante a idade da criança. Por exemplo, antes dos 24 meses de idade, pode em vez de se sentar pelos seis ou sete meses, só adquirir essa capacidade aos nove ou dez meses; a aquisição da marcha (andar autonomamente) deverá surgir entre os onze e os quinze meses, mas as crianças com DAMP podem só começar a andar por volta dos dezoito meses.

À medida que a criança cresce é importante que os pais se mantenham atentos, a outras manifestações, por vezes mais subtis, como sejam a maneira desajeitada como a criança dá um pontapé na bola ou dá um nó aos atacadores dos sapatos.

Terceiro critério - Dificuldades perceptivas


O terceiro critério diagnóstico está relacionado com uma perturbação da percepção (sobretudo visual). Para a formulação deste diagnóstico, torna-se necessário administrar testes específicos.

Notam-se problemas nos desempenhos cognitivos não-verbais. As crianças com perturbações da percepção visual têm sérias dificuldades na execução de tarefas que exijam competências visuo-espaciais, como reproduzir padrões com cubos de madeira, realizar puzzles ou reproduzir construções a partir de modelos (desenhos ou fotografias, por exemplo).

Poderão ser notadas, também, perturbações na percepção auditiva e táctil, embora os problemas perceptivos visuais sejam os mais relevantes. Por vezes, torna-se difícil saber se determinada incapacidade está relacionada com disfunções na coordenação motora, na percepção visual, ou com ambas.

Quarto critério - Problemas de Linguagem


Muitas vezes, existem também problemas linguísticos (sobretudo da articulação mas também podem surgir no volume da voz). Nos casos graves de DAMP, há disfunções em quatro áreas: Atenção; Motricidade (grosseira; fina); Percepção Visual; Linguagem. Nos casos ligeiros ou moderados, só algumas destas cinco áreas estão atingidas.

Após o diagnóstico, é importante que a criança/jovem tenha um seguimento psicopedagógico, de forma a ultrapassar as suas maiores dificuldades. Os estudos demonstram que, com a intervenção adequada, as melhorias são evidentes.

As crianças e as dificuldades de aprendizagem

As crianças e as dificuldades de aprendizagem

A educação nem sempre é composta somente de sucessos e aprovações. Muitas vezes, no decorrer do ensino, deparamo-nos com problemas que deixam os alunos “paralisados” diante do processo de aprendizagem.



É importante que todos os envolvidos no processo educativo estejam atentos a essas dificuldades, observando se são momentâneas ou se persistem por algum tempo. As dificuldades podem advir de factores orgânicos ou mesmo emocionais e é importante que sejam descobertas a fim de auxiliaras resolver e facilitar o desenvolvimento do processo educativo, percebendo a que factores estão associadas e como podemos ajudar a criança.

O termo “Dificuldades de Aprendizagem” refere-se a um grupo de perturbações, manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da compreensão auditiva, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas dificuldades são intrínsecas, presumivelmente devem-se a disfunções do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo da vida. Algumas dificuldades de aprendizagem são:

Hiperactividade


A hiperactividade é um problema de ordem neurológica, que trás consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade.

Dislexia

A dislexia é uma perturbação da linguagem que se manifesta na dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita, isto é, na dificuldade de distinção ou memorização de letras ou grupos de letras, e problemas de ordenação, ritmo e estruturação das frases, afectando tanto a leitura como a escrita.

Disortografia


A disortografia constitui uma dificuldade da escrita, que pode manifestar-se independentemente de haver ou não alterações na leitura. Muitas vezes constitui-se como um conjunto de erros da escrita, feitos de forma sistemática, que afectam a palavra mas não o seu traçado ou grafia e que podem provocar a total ilegibilidade dos escritos.

Disgrafia

A disgrafia é uma alteração da escrita que a afecta na forma ou no significado, sendo do tipo funcional. Há uma perturbação na componente motora do acto de escrever, provocando compressão e cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.

Discalculia

Discalculia é um transtorno adquirido da habilidade para realizar operações matemáticas, depois de estas se terem desenvolvido e consolidado. Encontra-se sobretudo em crianças, é de carácter evolutivo ou desenvolvimental, não resulta de uma lesão e associa-se sobretudo a dificuldades de matemática.

A influências das causas emocionais

Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados com estas patologias apenas porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, factores que podem advir de causas emocionais. É por isso muito importante que o diagnóstico seja feito por um profissional capacitados e que o “rótulo” não seja utilizado, quer tenha ou não fundamento.

Os professores são sem dúvida profissionais muito importantes no processo de identificação e descoberta destes problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem ser feitos por médicos especialistas ou psicólogos.

Há que saber determinar as causas por detrás dos problemas de aprendizagem. Depois há que ter as ferramentas correctas para corrigir essas causas. Se existe dificuldade em aprender, há que determinar exactamente as razões pelas quais isso acontece. Só depois se pode fazer algo para resolver a situação.



Desmotivação e frustração

Crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incómodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração. É fundamental valorizar o que a criança sabe para fortalecer sua auto-estima, mostrando-lhe o quanto ela é boa em tarefas nas quais tem habilidade e incentivando-a a desenvolver outras tarefas nas quais não é tão boa.

Criar um ambiente adequado para que a criança desenvolva o estudo e estabelecer limite de horários para a realização das tarefas é também muito importante. As causas variam muito de pessoa para pessoa e de situação para situação. No entanto hoje em dia já se sabe bastante acerca destas e de outras patologias, suas causas e soluções apesar de ainda muito pouco faladas.