segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mãe, não quero ir para a escola!

Mãe, não quero ir para a escola!

O seu filho tem medo de ir para as aulas?


É normal que a criança apresente alguma recusa em ir para a escola, sobretudo após um período grande de ausência, nomeadamente nas férias. Algumas crianças apresentam maior dificuldade na adaptação do que outras, podendo mesmo manifestar sintomas físicos, como dores de cabeça ou fazerem “chichi” na cama nos primeiros dias.

Estes sintomas são considerados normais e fazem parte do processo adaptativo e só se tornam preocupantes se persistirem e se a criança continuar a rejeitar a escola.

No entanto, há que estar sempre presente e atenta pois todos os medos que permanecem durante bastante tempo no imaginário da criança e/ou que condicionam o quotidiano em diferentes contextos, devem ser analisados. Muitos destes medos podem consolidar-se, tornando-se fóbicos, pois a criança não os consegue eliminar de forma natural. Relativamente à escola, estes medos podem constituir-se como uma fobia escolar.

Quando o medo se transforma em fobia

A fobia escolar aparece, com maior incidência, entre os 6 e os 10 anos de idade, após a criança ter ultrapassado a ansiedade do primeiro contacto com a escola e quando parece já perfeitamente adaptada. É uma patologia que se distingue dos vulgares medos ou da banal recusa esporádica em ir à escola pelo facto de ser mais intensa e prolongada no tempo, interferindo com o quotidiano e com a rotina diária da criança e da sua família. É um medo acentuado, desmedido, excessivo de ir à escola.

As crianças com esta patologia apresentam sintomas somáticos, como vómitos, diarreia, palpitações ou dores diversas, perturbações do sono e da alimentação, podem fazer chichi na cama e chorar desesperadamente, sobretudo quando se aproxima a hora da ida para a escola, no final do fim-de-semana ou das férias mais ou menos prolongadas. Os sintomas desaparecem de forma milagrosa se os pais deixarem o filho ficar em casa.

Embora os trabalhos de casa sejam, na maioria das vezes, feitos com gosto e não exista recusa em estudar, muitas vezes, são as crianças que preferem ficar em casa com os pais a brincar, na rua ou na casa de um amigo. Cabe aos pais estimular a criança com fobia escolar para brincar com outras crianças, mostrando-lhe o lado bom das brincadeiras e das amizades.

Nestes casos, é necessário que os pais procurem um psicólogo que possa avaliar a criança e identificar concretamente o que está na origem da fobia escolar que, muitas vezes, não está directamente relacionada com a escola mas sim com a dinâmica familiar. É também comum que esta patologia esconda uma depressão infantil, pelo que o diagnóstico diferencial feito por um especialista é essencial. No entanto, os pais também podem agir, quer em casos de fobia escolar, quer nos medos mais vulgares que a criança possa ter.


Cuidados parentais

Os pais não devem subestimar nem ridicularizar os medos da criança, e muito menos ignorá-los. Uma criança com medo necessita de compreensão e tolerância. É importante conversar com a criança, procurando perceber o que causa esse medo. No caso da Fobia Escolar, tente perceber o que lhe desagrada tanto na escola. É também muito importante ter consciência de que, quanto mais ceder às pressões da criança, mais difícil será a sua (re)adaptação à escola e maior será a dificuldade da criança em vencer os seus receios. Assim, é importante que a criança não deixe de ir à escola. O medo da criança não deve ser sobrevalorizado e a rotina da família não deve ser gerida em redor desse medo. Os pais devem procurar responder de forma adequada, mostrando-se seguros e firmes na sua explicação, pois a criança está muito atenta à ansiedade dos pais.

Quando os pais deixam a criança na escola, devem permanecer um pouco junto dela, embora mantendo uma posição firme e segura e não vacilando no momento da despedida. Se a criança desejar, podem deixar-lhe um brinquedo preferido, o que a reconfortará enquanto estiver longe dos pais. Nunca devem sair sem se despedir dela e é importante referirem quando a irão buscar. Devem chegar sempre a horas e, se por algum motivo se atrasarem, devem avisar. A criação de uma expectativa positiva em relação à escola é também muito importante, pois a sua atitude face à situação é fundamental para ajudar a eliminar os receios do seu filho.


Sugestões práticas aos pais


- Não devem subestimar nem ridicularizar os medos da criança, e muito menos, ignorá-los;

- devem procurar perceber o que causa esses medos;

- devem tentar perceber o que lhe desagrada tanto na escola;

- devem ter consciência de que, quanto mais cederem às pressões da criança, mais difícil será a sua (re)adaptação à escola e conseguir que ela vença os seus receios;

- não devem permitir que a criança deixe de ir à escola;

- não devem sobrevalorizar os medos da criança;

- não devem gerir a rotina da família em redor desses medos;

- devem procurar responder de forma adequada, mostrando-se seguros e firmes na sua explicação, pois a criança está muito atenta à ansiedade dos pais;

- devem procurar criar uma expectativa positiva em relação à escola.


Quando deixam a criança na escola:

- devem permanecer um pouco junto dela, embora mantendo uma posição firme e segura e não vacilando no momento da despedida;

- se a criança desejar, podem deixar-lhe um brinquedo preferido, o que a reconfortará enquanto estiver longe dos pais;

- nunca devem sair sem se despedir dela;

- devem referir sempre quando a irão buscar e chegar sempre a horas;

- se por algum motivo se atrasarem, devem avisar;

- devem utilizar frases tranquilizadoras como: “Já estás grande! Até vais para a escola!”; “Vais brincar muito e ter muitos amigos novos! Quando os conheceres melhor podemos convidá-los para virem cá a casa brincar contigo!”;

- devem deixá-la participar em algumas decisões, como a roupa que vai vestir, para que se sinta mais importante e confiante.

A fobia escolar é um medo acentuado, desmedido, excessivo de ir à escola

Os pais também podem agir, quer em casos de fobia escolar, quer nos medos mais vulgares que a criança possa ter

É importante conversar com a criança, procurando perceber o que causa esse medo

Quando os pais deixam a criança na escola, devem permanecer um pouco junto dela, embora mantendo uma posição firme e segura e não vacilando no momento da despedida


Os pais devem deixar a criança participar em algumas decisões, como a roupa que vai vestir, para que se sinta mais importante e confiante

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