sexta-feira, 17 de junho de 2011

Convulsão e epilepsia em sala de aula.


Diferença entre convulsão e epilepsia


Convulsão não é doença. É uma manifestação clínica aguda em decorrência de alguma causa conhecida (infecciosa, traumática, tóxica, distúrbio metabólico, tumores cerebrais).

Epilepsia, por sua vez, é uma doença que necessita tratamento específico contínuo com medicamentos, por longos períodos (anos).

Características da convulsão

A convulsão apresenta duas características distintas. A primeira, denominada crise tônica, consiste numa rigidez muscular persistente e prolongada; a segunda, chamada de crise clônica, consiste de movimentos ininterruptos de qualquer segmento muscular. Uma terceira característica é a manifestação conjunta, chamando-se por isso crise tônico-clônica.

Características da epilepsia

A epilepsia pode se manifestar de forma generalizada – com crises de ausência (desligamento súbito), movimentos mioclônicos (movimentos rápidos dos músculos) e crises atônicas, clônicas, tônicas, ou tônico-clônicas – ou de forma parcial. Esta pode ser simples (sem comprometimento da consciência) ou complexa (acompanhada de alteração da consciência). Associada a esses movimentos anormais, poderá haver alteração ou perda temporária da consciência.

As crises epilépticas podem ser generalizadas, quando comprometem todos os segmentos do corpo; ou localizadas ou focais, quando acometem parte do corpo, como: face, olhos, língua, pescoço, membro superior, membro inferior ou hemicorpo (um dos lados do corpo).

O que acontece com o cérebro durante uma crise de epilepsia

A epilepsia é uma disfunção cerebral recorrente (que se repete) e se dá a partir de uma descarga eletroquímica súbita, breve e anormal num grupo de neurônios. Essa descarga pode ser determinada por alterações anatômicas (lesões) ou funcionais. A epilepsia não costuma estar relacionada a eventos toxicometabólicos ou febris.

Neurônios fazendo sinapse



Frequência da epilepsia


A epilepsia atinge cerca de 1% a 5% da população geral. É mais frequente no sexo masculino e na infância.

Segundo estatísticas do Hospital Albert Einstein, 1,2% dos pacientes atendidos no ambulatório de neurologia infantil tem epilepsia. Do total de pacientes do hospital com alguma afecção neurológica, 35% têm epilepsia.


Causas da epilepsia

•Processos inflamatórios ou infecciosos intracranianos

•Malformações cerebrais

•Contusões cerebrais

•Hemorragias e isquemias cerebrais

•Tumores do sistema nervoso central

Epilepsia e transtornos mentais

Conforme relatos em estudos populacionais, a incidência de transtornos mentais em pacientes epiléticos está na faixa dos 30%. É bom lembrar que existem casos de pacientes epilépticos que têm deficiência mental devido a certas encefalopatias crônicas.


Para que servem os medicamentos anticonvulsivos

•Controlar as crises epilépticas, procurando-se manter o paciente livre delas.

•Auxiliar na volta do paciente às suas atividades normais, como escola, trabalho, lazer, esporte e convívio familiar.

•Recomenda-se o uso de medicamentos com o menor número possível de efeitos colaterais.
Como agir diante de uma vítima de crise epiléptica

É comum ficar assustado diante de alguém que esteja convulsionando com uma crise epiléptica, pois é algo diferente e amedrontador. Listamos a seguir o melhor procedimento de primeiros socorros, conforme apresentado no site Tua Saúde.

"Quando alguém apresenta sintomas de epilepsia, o mais importante nos primeiros socorros é permitir que o indivíduo fique o mais confortável possível e não se machuque ao se contorcer durante as convulsões. Por isso:

•"Coloca-se a vítima de lado, na posição de segurança [deitada de lado sobre o ombro], para respirar melhor e não sufocar caso vomite;

•"Coloca-se um apoio embaixo da cabeça [travesseiro, casaco dobrado…] para prevenir que o indivíduo bata a cabeça no chão e cause algum traumatismo;

•"Deixe que os membros se contraiam. Não se deve segurar os membros, isso evita roturas musculares ou mesmo ósseas.

"As crises em média duram entre 2 e 3 minutos, mas caso durem mais do que este tempo ou se repitam a seguir, é necessário ligar para o 192, para ser encaminhado ao hospital e se fazerem exames.

"De forma geral, um epilético que conhece a sua doença possui um cartão informando a sua condição com dados sobre o medicamento que toma, o telefone do médico ou familiar que deve ser chamado e até mesmo o que fazer em caso de crise convulsiva.

"Após uma crise de epilepsia, é normal que a pessoa demore de 10 a 20 minutos num estado de apatia como se estivesse adormecida. Nem sempre o indivíduo tem consciência do que aconteceu, por isso dispersar as pessoas para permitir a circulação de ar e a recuperação do epilético sem constrangimentos é importante." (O QUE FAZER..., 2011)


Epilepsia e aprendizagem


É comum pensar que alguém que sofre de epilepsia tenha dificuldades de aprendizagem ou mesmo deficiência intelectual (DI). A DI pode ser acompanhada de epilepsia em virtude de complicações neurológicas. A epilepsia não é a causa primária da DI, como afirmam os pesquisadores da área. No artigo "O estigma começa na infância", indicado a seguir, você pode encontrar mais informações sobre este assunto.


Existem medicamentos que trazem efeitos colaterais que podem afetar a atenção, o comportamento e a memória. Os pais devem buscar medicações com o mínimo possível de efeitos colaterais, conforme mencionado anteriormente.

Outro problema que a epilepsia pode causar na criança é a insegurança por medo de ser ridicularizada perante os amiguinhos. A vergonha é um fator que pode contribuir para que ela apresente dificuldades de aprendizagem. São, portanto, sintomas de ordem emocional, não fisiológica. O professor, a família e os amigos podem ajudar nesse caso. Um profissional habilitado também pode ajudar, e muito, a criança em questão a se aceitar como é e aprender a conviver com o problema.

Endereços que valem a pena ser visitados


Epilepsia – Blog Científico

epilepsia.pt

Harvard Medical School – Portugal Program

"O estigma começa na infância" – CInAPCe

"Qualidade de vida na epilepsia infantil" – Scielo Brazil



Referências bibliográficas



O QUE fazer na crise de epilepsia. In: TUA saúde. abr. 2011. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2011.

TOPCZEWSKI, Abram. Convulsões na infância e adolescência: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.


FONTE DE PESQUISA: http://www.educacaoadventista.org.br/educadores/educacao-especial/783/convulsao-e-epilepsia-em-sala-de-aula.html

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