sábado, 15 de maio de 2010

Adolescência: fase de transição e conflitos.

Iara da Siva Machado




A adolescência é um período próprio do desenvolvimento físico e psicológico que segundo W.Stanley Hall, situa-se aproximadamente entre os 12 e 24 anos de idade.

Nesta fase há um desdobramento dos órgãos secundários do sexo, dando surgimento aos fatores propiciatórios da reprodução. Os rapazes experimentam alterações na voz, enquanto as moças apresentam desenvolvimento dos ossos da pelve e seios. Sendo tais alterações rápidas e geralmente acompanhadas do surgimento da afetividade, do interesse sexual e dos conflitos na área do comportamento, como insegurança, ansiedade, timidez, instabilidade e angústia, favorecendo o espaço para a definição da personalidade, com aparecimento das tendências, aptidões, etc.

As tendências comportamentais nessa fase também podem segundo Anna Freud apresentar certas ambivalências, oscilando entre os eixos da exaltação/indiferença; atividade/passividade; egoísmo/generosidade; apego ao material/espiritualismo desprendido; solidão e isolamento/agrupamento; submissão cega/rebeldia; otimismo/pessimismo; ascetismo/descontrole afetivo ou hedonismo.



Sendo que os mecanismos de defesa mais freqüentes no adolescente é a intelectualização e o ascetismo. No primeiro caso o jovem leva para o plano da discussão teórica aquilo que é conflito afetivo interno, há uma necessidade de confronto verbal e lógico para o alívio da angústia interna. No segundo caso o jovem tende a se opor a qualquer tipo de prazer sexual, de gozo pulsional, como forma de controlar a descarga motora, é uma forma de proteção ao sofrimento emocional da rejeição ou frustração.

Nesta fase o adolescente se sente inadaptado ao meio social no qual se movimenta, sofre por não ser mais criança, por viver o luto do corpo infantil; mas também não tem habilidade estruturada e organizada para se mover com os jogos sociais dos adultos, portanto é um período intermediário entre duas fases extremamente importantes da vida: a dependência do período infantil e a responsabilidade da vida adulta.

Assim, inseguro quanto aos rumos do futuro, o jovem enfrenta um mundo que lhe parece hostil.

As bases de sustentação familiar, educacional, religiosa e social sentem o embate da postura do adolescer, pois nesse momento da vida o corpo é um laboratório de hormônios que trabalham em favor das definições orgânicas, ao mesmo tempo em que o psiquismo se adapta às novas formulações, passando por ajustamentos que devem favorecer o amadurecimento de valores éticos e comportamentais no jovem.

Os pais e educadores são convidados, nessa fase da vida juvenil a caminharem ao lado desse aprendiz, dialogando e compreendendo suas necessidades, porém exercendo uma postura moral que inspire respeito e intimidade, fortalecendo a coragem e ajudando nos desafios que parecem aos olhos dos adolescentes montanhas intransponíveis, mas quando orientados e cuidados podem desenvolver a autoconfiança para prosseguir avançando com mais segurança no rumo do futuro, ou seja, rumo a uma vida adulta mais equilibrada, centrada e saudável, portanto mais feliz.



Iara da Silva Machado é Especialista em Psicologia Clínica; Especialista em Psicologia da Infância e Adolescência; Psicoterapeuta em Análise Bioenergética; Psicóloga Transpessoal; Orientadora em Aconselhamento a Dependente Químico.

FONTE DE CONSULTA: http://www.crianca.pb.gov.br/site/?p=1830

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